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Decretado Estado de Emergência em Ponta Porã

Dourados News - 12 de março de 2005 - 08:00


A grave situação provocada pelas perdas nas lavouras causadas pelo longo período de estiagem fez com que o prefeito de Ponta Porã, Flávio Kayatt, decretasse Estado de Emergência no Município. O decreto foi assinado na tarde desta sexta-feira.

Kayatt está sensibilizado com os argumentos apresentados pelos produtores rurais que registram perdas consideráveis nas lavouras da safra de verão 2004/2005. O prefeito, ao assinar o decreto, atende a solicitação do setor agrícola, principal base da economia pontaporanense.

De acordo com o Sindicato Rural de Ponta Porã, as perdas nas lavouras de soja já somam R$ 105 milhões. O IBGE divulgou o relatório da reunião envolvendo técnicos e engenheiros que compõem a Comissão Regional de Estatísticas Agropecuárias, a COREA. O relatório revela números preocupantes. No caso do arroz sequeiro, as perdas podem chegar a 91,6%. A soja é a segunda lavoura mais afetada. No caso da oleaginosa, a redução na produção pode chegar a 45%. O algodão também deverá ter perdas consideráveis. De acordo com a COREA, o índice pode chegar a 27,4%.

Em Ponta Porã foram cultivados 106 mil hectares de soja. A estiagem reduziu consideravelmente a produtividade nas lavouras plantadas com variedades tardias. Nelas, os produtores estão obtendo em média 900 quilos por hectare. Quem plantou variedades precoces conseguiu obter um rendimento melhor: 2.400 quilos por hectare. Mesmo assim, ficou abaixo do previsto. A previsão era de 2.700 quilos por hectare. A produção total da soja deve chegar a 242 mil e 400 toneladas. O rendimento médio que era previsto em 2.700 por hectare não vai passar de 1.515 quilos por hectare, de acordo com as previsões dos técnicos.

Para piorar a situação dos produtores, a comercialização da safra está sendo feita com os preços em baixa. Esta semana a saca da soja foi vendida a R$ 28 em Ponta Porã, um preço que os produtores consideram insuficiente para cobrir os custos de produção. Nesta safra o custeio teve um aumento de 25% em relação ao ano passado. Cada hectare de soja custou R$ 1.260,00 a mais do que no ano anterior quando a soja chegou a ser comercializada na faixa de R$ 50 a saca.

O prefeito Flávio Kayatt demonstra preocupação com a situação. “O problema enfrentado pelos produtores rurais reflete diretamente na economia do Município. A situação poderá ficar ainda mais difícil nos próximos meses, devido à quebra na safra. Em Ponta Porã todos os setores da economia dependem da agropecuária. O comércio irá sentir bastante os efeitos desta redução na safra. Por isso que, em solidariedade aos produtores rurais tomamos esta medida a exemplo de outros municípios da região”, afirmou Kayatt.

O secretário de Governo, Eduardo Campos explica que a decretação do Estado de Emergência vai servir de amparo legal para que os produtores rurais possam negociar dívidas oriundas do cultivo das lavouras nesta safra. “Diante da situação complicada que foi gerada pela seca, a medida do prefeito Flávio Kayatt demonstra o reconhecimento da legitimidade do pleito que revela estado desespero da classe. Agora, os produtores terão mais um mecanismo para argumentar junto aos seus credores de que a situação é extremamente adversa”, frisou Eduardo.


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