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Geral

De saída da Assembléia, Dagoberto tem vitória política

Graciliano Rocha / Campo Grande News - 13 de dezembro de 2006 - 14:19

Um dos políticos mais identificados com os interesses dos usineiros que se expandem em Mato Grosso do Sul, o deputado estadual Dagoberto Nogueira (PDT) comemorava hoje, no final da sessão da Assembléia Legislativa, uma vitória política: a derrubada do veto da CCJR (Comissão de Constituição Justiça e Redação) ao seu projeto que permitirá às usinas já instaladas nos municípios da Bacia do Alto Paraguai aumentar a sua capacidade de moagem.

Na prática, o resultado na votação de hoje é como um sinal verde para a tramitação da proposta. “Foi uma vitória importante, porque permite às usinas já instaladas atualizarem a tecnologia e, com isso, elas ficam mais seguras”, disse o deputado que vai se despedir da Assembléia na próxima semana quando terminarem as votações. A partir do ano que vem, Dagoberto terá uma cadeira na Câmara dos Deputados.

No ano passado, quando ainda era secretário estadual de Produção, o pedetista liderou um movimento para mudar a lei e abrir os municípios da Bacia do Alto Paraguai para à instalação de novas usinas. Foi derrotado. O tema suscitou sensibilidades de ambientalistas porque os rios da Bacia do Alto Paraguai são os que abastecem o Pantanal e o risco de um passivo ambiental, defendiam, não compensava o risco.

O projeto de agora não tem a extensão política do anterior – diz respeito a apenas duas usinas de álcool (Sonora e Quebra-Coco) -, mas pôs em polvorosa os mesmos atores sociais envolvidos na polêmica das usinas no ano passado. Ao defender a ampliação da capacidade instalada nas duas usinas já existentes, Dagoberto argumentou que o melhoramento genético fez com que o mesmo hectare de terra que produzia 70 toneladas de cana nos anos 80, hoje seja capaz de produzir até 120 toneladas. Entre uma defesa e outra, aproveitou para criticar os deputados que “se deixam levar pela pressão das galerias”. O recado foi dirigido aos ambientalistas que acompanharam a votação.

Quando a sessão já tinha terminado, Dagoberto revelou a jornalistas que ainda não esqueceu a derrota do ano passado. “Se eu estivesse aqui na Assembléia [e não licenciado para ser deputado], o projeto tinha passado”, acredita. Mas mostrou resignação: “Não vou apresentar na Câmara dos Deputados nenhum projeto sobre instalação de usinas na Bacia [do Alto Paraguai]; vou respeitar o resultado”.

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