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Dantas diz que há interferência política nos fundos

Luciana Vasconcelos e Priscilla Mazenotti / ABr - 21 de setembro de 2005 - 15:56

O empresário Daniel Dantas, dono do Opportunity, disse em depoimento às Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito (CPMI) dos Correios e da Compra de Votos que interesses políticos conduziram a uma administração prejudicial dos fundos de pensão. "É uma constante a interferência política em cima dessas estruturas com objetivos diferentes dos objetivos de gerar o máximo possível de retorno para os investidores", disse.

Em abril, o Grupo Opportunity foi afastado do controle das empresas de telefonia Brasil Telecom, Amazônia Celular e Telemig Celular. O banco de Daniel Dantas exercia o controle das três empresas por meio do fundo de pensão CCV/Opportunity. A decisão que destituiu o banqueiro foi tomada a pedido de um dos sócios da empresas, o banco norte-americano Citigroup, e também aprovada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

O pedido aconteceu na época em que o dono do Opportunity foi denunciado por ter contratado a maior empresa de espionagem do mundo, a Kroll, para conseguir informações confidenciais da Telecom Itália e, com isso, ganhar o controle da Brasil Telecom. Por isso, o Citigroup, um dos integrantes do CVC/Opportunity, entrou na Justiça nos Estados Unidos para destituir o banco da gestão da telefônica.

Em seu depoimento, Dantas contou que foi pressionado pelo ex-presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, para que abrisse mão do controle das empresa. Dantas negou a proposta. De acordo com o empresário, Casseb foi recebido por ele a pedido de ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Depois da negativa, Dantas disse ter se encontrado novamente com Dirceu.

"Expliquei o que tinha acontecido e ele me disse que concordava que o governo não tinha que tomar partido nessa disputa e que, se porventura, eu detectasse que o governo estava intervindo a favor de outro, tinha liberdade de comunicar", afirmou.

O empresário acusou o governo de interferir em disputa privada. "Tinha visão clara: achava que tinha um apoio de pessoas do governo a interesses dos nossos adversários", apontou. Apesar disso, Dantas disse que nunca pediu alteração em regulamentos. "Sempre pedimos que as leis e os contratos fossem cumpridos de forma isenta", destacou.

O empresário disse ainda que um representante do Opportuniny tentou marcar uma reunião com o ex-ministro da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica (Secom), Luiz Gushiken, mas não conseguiu. "Todas as possibilidades que tínhamos de explicar a alguém do nosso posicionamento, não existia", ressaltou.

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