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Da morte inesperada do marido, Nathália tirou força para realizar sonho

Um acidente em rodovia sul-mato-grossense mudou sua vida há quatro anos

Campo Grande News - 29 de outubro de 2018 - 13:00

Sonho de ser sargento foi sonhado junto de Rafael e hoje estar dentro da farda é motivo de orgulho. (foto: Acervo Pessoal)
Sonho de ser sargento foi sonhado junto de Rafael e hoje estar dentro da farda é motivo de orgulho. (foto: Acervo Pessoal)

O amor foi o que sempre guiou os passos de Nathália Viana, uma jovem de 29 anos que não poderia imaginar a força que precisaria ter quando um acidente em rodovia sul-mato-grossense mudou o rumo da sua vida e a separou pra sempre do homem que era responsável por inspirá-la e por “fazer rir” até nos momentos tristes, Rafael Viana.

Pelos jornais, internada em estado grave, ela soube da morte do marido.m Quatro anos depois daquela tarde do dia 26 de outubro de 2014 ela ainda se lembra e questiona o porquê da dor parecer tão recente.

“Mas aceito a dor, pois ela serve para lembrar o quanto a vida é preciosa para ser desperdiçada. É incoerente desejar a morte quando vivemos momentos incríveis e nos momentos difíceis queremos desistir da vida ignorando a existência dos momentos bons como se os momentos difíceis por mais que estejam no agora, tenham mais significado em nossas vidas”.

Quando internada sonhava com ele. E o sonho carrega simbologias claras: ela dentro do carro, tudo muito silencioso, e ele descia do automóvel para olhar o estrago. Quando ela tentava descer também, Rafael brigava com ela, dizia que ele estava indo, mas que ela deveria ficar. Porque ela precisava ficar ali dentro, afinal ainda tinha muita coisa pra fazer aqui. Depois, ele virava as costas, ia embora e ela não conseguiu ir atrás.

O motivo da viagem era comemorar o sonho de Nathália que acabava de se tornar realidade. Sonho inspirado em Rafael e compartilhado pelos dois: entrar para a Escola de Sargentos de Armas como Enfermeira.

Internada, além de receber a notícia do falecimento de Rafael, ela precisou lutar contra o tempo para treinar para prova física do concurso militar.

São regras da Escola a idade máxima de 25 anos para entrar na Instituição, e era um combinado de ambos que Nathália entraria depois de passar na prova teórica. Foi ele quem a incentivava a estudar e a querer crescer na vida da forma mais sincera possível, sendo exemplo e apoio.

A força que precisou ter para enfrentar o luto e seguir em busca do sonho veio, provavelmente, do amor. E hoje, depois de tudo o que precisou passar, Nathália é o que ela e Rafael sonharam juntos: sargento do Exército.

A saudade há de acompanhar Nathália por mais tempo do que gostaria mas, assim como o amor, é um sentimento que guia os passos em busca de evolução pessoal.

“Aprendi que não importa o quão difícil seja o meu dia, o quão triste seja minhas manhãs, o quão doloroso seja suportar. Estarei ansiosa para mais dias como o da foto. Pois os dias tristes se vão assim como uma nuvem que vem regar nossos dias com chuvas. É preciso chover alguns dias. Por isso viva! E principalmente seja feliz faça chuva ou faça sol”.

Diferente da Nathália de 4 anos atrás, ela aprendeu que por mais que os momentos difíceis durem mais do que quando estava ao lado do amor da sua vida, é preciso esforçar-se para enxergar o lado bom a cada dia que se passa. “Rafael sabia ser feliz, e hoje eu entendo cada pessoa tem seu tempo e que devemos respeitar as diferenças, fundamentais para o meu crescimento pessoal”.

Com o coração aberto, aprendeu também a amar de novo, coisa que parecia impossível na época, provando que amor e resistência também podem ser encontrados mesmo nos momentos que parecem mais sombrios.

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