O Índice do Custo de Vida (ICV) na capital paulista foi de 9,55% em 2003, de acordo com o cálculo realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos). A taxa de 2003 é menor do que a apurada em 2002 (12,93%).

Segundo a coordenadora da pesquisa, Cornélia Nogueira Porto, os maiores aumentos registrados no ano passado foram dos serviços, como telefonia, água, eletricidade e escolas, que tiveram origem nos reajustes contratuais. “Esses reajustes contratuais são baseados em inflações passadas. Como a inflação de 2002 foi bastante elevada, o resultado foi o aumento grande desse tipo de serviço”, explicou Cornélia. Com isso, os produtos que tiveram aumentos elevados em 2002 colaboraram para a queda da inflação em 2003.

A saúde (15,16%) foi responsável por parte da pressão inflacionária, devido ao aumento dos medicamentos e planos de saúde. “Os seguros e convênios, que foram reajustados devido às mudanças na legislação, tiveram aumento em torno de 19%, uma taxa sensivelmente mais alta com relação ao patamar inflacionário abaixo de 10%”, afirmou.

Já a alimentação ficou abaixo da inflação, o que, segundo Cornélia, aconteceu porque grupo sofreu aumentos expressivos no ano de 2002. “Como os aumentos foram grandes no ano de 2002, não houve necessidade de aumentá-los em 2003”, disse.

A expectativa para 2004 é de 5% a 6% contanto que a economia continue nos rumos atuais. Na avaliação da coordenadora, o dólar deve continuar estável, não pressionando os preços dos produtos e serviços.