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Geral

Cuidados com o coração devem começar já na infância

Portal Educação Física - 23 de outubro de 2015 - 10:30

A realização frequente de exames de saúde e o acompanhamento médico regular são fundamentais para detectar problemas cardiovasculares entre jovens. Geralmente nesta faixa etária, muitos sintomas passam despercebidos ou são mais discretos, o que acaba atrasando o diagnóstico e prejudicando o tratamento.

É por isso que o cardiologista do Hospital Cardiológico Costantini, Everton Dombeck, defende a realização de exames médicos desde a infância. “Todos deveriam fazer a avaliação médica e exames complementares desde cedo”, afirma. “Aos cinco anos, já seria interessante fazer um exame, para se ter ideia de como são os índices de colesterol e glicose basal da pessoa, e ir acompanhando como vai ser essa curva no decorrer da vida”, recomenda.

O cardiologista explica que entre a infância e a adolescência, índices como triglicerídeos e colesterol passam por variações. Isso se deve especialmente ao período em que o paciente jovem incorpora hábitos da família, sejam eles alimentares ou comportamentais. “A gente costuma dizer que adoecemos pelo pilar genético e o comportamental. A questão genética e da idade são implacáveis, então sobra para o comportamento. Tudo o que fazemos está ligado ao comportamento e aos hábitos da família e é ela que deve ser orientada”, comenta Dombeck.

Limpo

Além dos hábitos alimentares, também se enquadra na questão comportamental dos jovens o consumo de álcool e drogas (ilícitas e medicamentos), que influenciam na saúde cardiovascular. “Quando o paciente é muito novo – com idade abaixo dos 40 anos – o infarto acontece mais por drogas”, diz Précoma. De acordo com ele, a cocaína é a droga mais nociva.

Estilo de vida faz diferença

Com a ocorrência frequente de obesidade, hipertensão, diabetes, colesterol e outras doenças entre crianças, as recomendações sobre a prática de exercícios e uma dieta saudável ganham destaque, já que hábitos da infância e juventude interferem na saúde da vida adulta. “O entupimento da artéria começa na adolescência. É como se fosse uma poupança de gordura que a pessoa vai fazendo desde criança e a cardiopatia vai estourar lá nos 40 anos”, alerta chefe do serviço de Cardiologia do Hospital Angelina Caron, Dalton Précoma.

“A gordura que se acumula nas veias não se desfaz no corpo. Não existem medicamentos ou atividades físicas que reduzam ou derretam a gordura que a pessoa tem nas artérias. Uma vez consumida e estacionada na artéria, a gordura nunca mais sairá de lá. Por isto, os maus hábitos alimentares e de atividades são como uma poupança de doenças do coração”, explica.

Dombeck ainda vai além e reforça a importância do estilo de vida. “Está tudo engajado, a personalidade, o humor, o temperamento. É muito mais abrangente do que só a alimentação e a atividade física. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como perfeito equilíbrio entre mente, corpo e espírito. A doença que vai aparecer vai depender da genética de cada um”.

Genética também interfere

Os fatores genéticos são maioria entre as causas de doenças cardiovasculares entre jovens. “Uma das mais preocupantes é a miocardiopatia hipertrófica, que é um espessamento do músculo cardíaco, um desarranjo das fibras cardíacas. O paciente já nasce com a doença e às vezes o diagnóstico é feito em idade mais avançada”, explica Dombeck.

Também estão entre os problemas que já nascem com os pacientes as arritmias, doenças de má formação cardíaca e problemas nas válvulas. “Uma questão comum na infância é as crianças desenvolverem amigdalite e depois degenerações nas válvulas”, comenta.

Para o estudante de engenharia ambiental Jorge Augusto Wassmansdorf, 20, a rotina de cuidados com a saúde do coração é aplicada desde seu nascimento. Ele nasceu prematuro, junto com seu irmão gêmeo, que faleceu logo depois, e desde então passou pela avaliação de diversos especialistas. “Coloquei um marca-passo quanto tinha sete anos. Antes, a suspeita era que eu tinha sopro, mas tenho um bloqueio atrioventricular”, conta.

Durante o tratamento, Jorge chegou a ser proibido de fazer atividade física, em 2013. No começo do ano, outro cardiologista liberou os exercícios físicos, especialmente a corrida que o jovem tanto gosta.

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