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Geral

Crônica do Corino - Cortina de Fumaça

22 de dezembro de 2006 - 08:11

Os controladores de vôo viraram os grandes vilões da atualidade. A mídia não fala em outra coisa. A grande questão é que o mercado aéreo passa por uma crise sem precedentes desde o 11 de setembro de 2001, a data do ataque aéreo ao World Trade Center, as duas torres gêmeas de Nova Iorque que foram abaixo após os ataques de Osama.
A falência da Vasp e da Varig só veio para confirmar o que, de antemão, já se previa: os aviões têm alçado vôos com baixo índice de ocupação, isto é, às moscas em baixa temporada e com ocupação insuficiente em alta temporada.
Desde o atentado de 11 de setembro a situação piorou.
Mas eu tenho outra explicação: a internet. Isso mesmo: a internet.
Muitos dos vôos nacionais e internacionais acabam não ocorrendo porque muitos dos candidatos a uma viagem aérea deixam de viajar porque simplesmente podem realizar negócios, parcerias, relações amorosas (aquelas virtuais, por exemplo, em que se chega até o orgasmo!).
A internet é o grande inimigo do avião e, em conseqüência, do mercado aéreo.
O que dizer da inglesa Ingrid que se apaixonou pelo Severino que mora aqui no Brasil, ali em Quixeramubim, no Ceará?
Ingrid já estava de conversa marcada para se entregar ao seu grande amor, o Severino. Mas, no bate-papo, pelo MSN (a sala de conversa fiada da Microsoft, do amigo Bill Gates), ela acabou descobrindo, nas entrelinhas, que o safado é casado. Casado, vírgula. Casado com duas mulheres, uma cearense e uma pernambucana, e pai de nove meninos e duas meninas.
Essa viagem programada não entrou nas estatísticas oficiais, mas serviu para ajudar a quebrar pelo menos uma companhia aérea.
E o que dizer então daquele negócio fraudulento que estava a caminho e que foi descoberto, a tempo, pela Polícia Federal? Era o carregamento irregular de dez quilos de cocaína que iriam para Angola. Como houve uma verdadeira guerra, o vôo foi cancelado. No tiroteio, o avião saiu mais furado do que queijo mineiro. Isso aconteceu mesmo. Resultado: pânico nos passageiros e mormente nos candidatos a passageiros, é evidente.
Mas, se há algo que está levando boa parte das companhias aéreas à bancarrota e a pedir subsídios públicos para não fechar as portas, este é o acidente aéreo. Não existe nada pior para a imagem de um avião é a sua queda com aquelas tantas e mortes anunciandas pelos jornais e pela TV. Aquilo é a morte para qualquer companhia aérea.
O acidente de Mato Grosso, o do vôo 1307 da Gol, em que morreram 155 pessoas, é a propaganda negativa mais devastadora que, com certeza, afasta um grande número de passageiros e traz, portanto, grandes prejuízos aos seus cofres.
Eu fiz, por exemplo, uma rápida viagem de São Paulo a Salvador e passei o rápido vôo só falando baixinho
- Esta joça vai cair! Esta joça vai cair!
Aí, em seguida, fazia a micro-oração:
- Pai Nosso, que estais no céu, por favor, não deixe este avião cair!
Foi um sufoco, amigo.
Eu não confio em coisas que voam. Até passarinho morre voando. E acredito na mais elementar lei da física: tudo que sobe, uma hora cai.
Se um avião tiver de cair, que não estejamos lá. Nem eu, nem você, nem qualquer pessoa de bem. Que estejam lá apenas os maus políticos e os lesa-pátria.
Se isto ocorresse, seria o maior acidente da história do Brasil. Com toda certeza.
Corino Rodrigues de Alvarenga
Contato com o colunista:
[email protected]

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