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Crônica do Corino: Ari Braz Dias

Corino Rodrigues de Alvarenga - 16 de agosto de 2009 - 15:45

Ari Braz Dias foi para mim uma espécie de "tio de criação", pois desde criança ia muito à sua fazenda levado por meu irmão João Marinho, Delaide, em companhia dos meus sobrinhos e irmãos de criação Jáimisson, Antônio Carlos e Júlio César.
Um dos meus grandes amigos de infância era Suedson, seu filho, e mantive sempre boas relações de amizade com Simone, sua outra filha.
De Gabriela, a esposa, tenho excelentes lembranças, a face de uma senhora dócil e muito humana.
Ari Braz Dias sempre foi aquele homem senhor de fazenda, durão, na visão de quem não o conhecia bem.
Ari era um homem de notáveis qualidade, de inteligência nativa, herdeiro do também saudoso Braz Dias, com o qual conservava muitas vezes já em sua velhice, muitas vezes descansando em sua cadeira posta no alpende da casa.
Ari Braz Dias, muito mais do que pecuarista de renome, sempre foi um otimista e trabalhador por natureza.
Na minha infância, lembro-me de Ari Braz Dias falando sobre os norte-americanos, com sua alta tecnologia, que chegou ao topo ao ir à lua.
Ari sempre via aquilo como um expoente do conhecimento humano.
E de tia Gabriela lembro-me dos doces, dos biscoitos, da sua admiração pelo marido, da acuidade com que zelava pelo seu patrimônio familiar.
Ari fez-me cercar de pessoas tão boas, de momentos tão intensos, de alegrias que me reportam à infância.
Faz exatamente 20 anos que não vou a Cassilândia, mas essas lembranças estão vivas em minha memória.
Ari Braz Dis foi um dos patrocinadores do livro que escrevi - A Verdadeira História de Cassilândia -, lançado em 1986, e uma iniciatva do também saudoso jornalista Wanderleiy de Carvalho.
Ari Braz Dias, ao longo de sua vida, ajudou muita gente.
E com ele aprendi uma frase: "É mais fácil lidar com gado do que lidar com gente."
Esta frase eu ouvi dele, quando criança, perto do mourão da cerca de sua fazenda quando ele fez uma festa para sua filha Simone.
E Ari Braz Dias tinha razão.
Que tirou a sua vida, ao que se sabe, não foi nenhum touro bravo ou uma vaca enfezada.
Quem o matou foi exatamente um ser humano.
Gado não mata gente assim, à traição, para roubar não se sabe o quê.
Ari Braz Dias, a exemplo de sua família e a exemplo de seu rebanho, foi um homem de primeira linhagem.

CORINO RODRIGUES DE ALVARENGA

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