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Cristovam : privatização das universidades é um equívoco

Cecília Jorge/ABr - 25 de novembro de 2003 - 13:56

O ministro da Educação, Cristovam Buarque, afirmou hoje que, mesmo que o investimento no ensino superior beneficie diretamente mais a população de renda alta, isso não pode servir como argumento para defender a privatização das universidades. “É um equívoco. O que tem que mudar não é a forma de financiar a universidade, que tem de ser pública. O que a gente tem que mudar é a forma de ser da universidade para que ela tenha mais compromisso com a população”, defendeu.

O comentário de Cristovam, feito após a abertura do Seminário Internacional Universidade XXI, foi uma referência aos dados do estudo da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, que revela que apenas 4% dos recursos federais destinados, em 2002, à saúde, educação e outras ações sociais beneficiaram a fatia dos 10% mais pobres. Segundo o relatório, 40% das verbas serviram aos 10% mais ricos da população.

O ministro afirmou que mais importante do que quem está estudando na universidade pública é a contribuição social que esse estudante poderá oferecer com a sua formação acadêmica. “Na hora que você fizer médicos e dentistas na quantidade e do tipo que o povo precisa, não importa se o aluno é filho de rico ou filho de pobre. O que importa é que ele vai trabalhar para os pobres, isso vale para todas as áreas, da ciência econômica às engenharias”, disse.

Promovido pelo Banco Mundial (Bird) e pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o seminário conta com a participação de 1,2 mil pessoas de 20 países para discutir e encontrar novos rumos para a universidade. O vice-presidente da República, José Alencar, participou da solenidade.

Ao final do evento, os participantes vão elaborar uma carta que será entregue ao diretor-geral da Unesco. Um dos pontos que serão discutidos é a proposta de incluir o ensino superior na Organização Mundial do Comércio (OMC). Cristovam chamou esta idéia de “mercantilização da educação”.

Para a presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Wrana Panizzi, o reconhecimento dos serviços educacionais como “serviço comercial é a melhor expressão da extraordinária importância econômica alcançada pela pesquisa e pela formação superior na sociedade do conhecimento”.

O seminário prossegue, até quinta-feira (27), na Academia de Tênis de Brasília.

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