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Cristovam defende fim da reeleição e cobra um novo PT

Agência Senado - 09 de julho de 2005 - 07:31

O senador Cristovam Buarque (PT-DF) afirmou nesta sexta-feira (8) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria abrir mão de um segundo mandato e encaminhar ao Legislativo projeto de lei extinguindo o instituto da reeleição. Na avaliação do parlamentar, a crise política vivida pelo atual governo não será combatida apenas com a exoneração de lideranças "históricas" do partido dos principais cargos da administração pública, a exemplo da saída de José Dirceu da Casa Civil, mas com a adoção de soluções "drásticas" e com o surgimento de um "novo" partido.

- Nos próximos dias ou surge um novo PT ou nós não vamos ter PT por muito mais tempo, ainda que a sigla continue flutuando na política brasileira. As crises não são resolvidas dentro da própria lógica que as criou, exigem uma ruptura com as suas causas e um olhar adiante delas, além da própria crise. É preciso romper com as causas centrais da crise, como a promiscuidade entre política e dinheiro, tanto nos processos eleitorais quanto no exercício do poder, e a própria reeleição. O presidente deve usar os meses que lhe faltam para fazer aprovar uma reforma política que impeça e puna atos de corrupção - afirmou.

Segundo Cristovam, o PT amadureceu em relação à economia, mas não entendeu que as causas da pobreza não se resolvem apenas pelo crescimento econômico.

- São necessárias políticas públicas que mudem a realidade social e possam abolir a pobreza, distribuir a renda e educar toda a população. O PT precisa ir além de São Paulo, não pode continuar olhando o Brasil de cima dos prédios da Avenida Paulista ou do chão das fábricas do ABC. A realidade brasileira e as necessidades do povo brasileiro são muito mais do que as repetitivas bandeiras de ordem interna do setor moderno da economia. O PT não sairá da crise se não for além dos trabalhadores e se transformar em um partido de todo um povo - afirmou o senador.

Na avaliação de Cristovam, o PT surgiu vinculado ao movimento sindical e ficou prisioneiro das categorias profissionais do setor moderno da economia.

- O PT precisa ir além das tendências que a legenda abriga. Não é possível construir um partido que se nega a ser partido, prefere ficar dividido em tendências, como subpartidos, sem uma idéia central aglutinadora. A atual crise moral vem principalmente da falta de ideologia que transforma o militante comprometido com mudar o Brasil em um militante comprometido apenas com o presente, com seu grupo. O PT tem que ir além da arrogância, não somos donos da verdade, não podemos ser democratas sendo arrogantes - afirmou o senador pelo PT do Distrito Federal.

Segundo Cristovam, além de definir regras mais rígidas para o comportamento ético dos dirigentes do partido, o PT precisa definir com "igual rapidez" o marco da ética nas prioridades sociais que serão realizadas pelos governos comandados pela legenda.

- Se olhar além e fizer uma autocrítica, buscando as causas da crise e pensando o futuro além dela, o PT vai superá-la, recuperar as biografias e reconstruir o partido, principalmente por meio dos seus milhares de militantes. O país precisa de seus símbolos para completar sua República e sua Abolição, socializar seu desenvolvimento. Esse é o desafio que vive hoje, entre frustrada e angustiada, a militância de esquerda no Brasil - concluiu o senador.


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