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Crise põe pecuaristas e agricultores de MS sob alerta

Fernanda Mathias/Campo Grande News - 07 de outubro de 2008 - 13:46

A turbulência no mercado internacional preocupa o setor produtivo de Mato Grosso do Sul. Por um lado, agricultores temem não ter recursos para financiar a safra, já que a fonte de 40% a 50% dos financiamentos é privada. De outro, pecuaristas vendem quase que a totalidade dos seus bois para pagamento em 30 dias e muitos frigoríficos operam na bolsa e sentem os efeitos de desvalorização de ações.

O presidente da Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul), Ademar Silva Júnior, afirma que os recursos do governo federal para financiamento da safra atendem apenas 30% da demanda. Com refinanciamentos, muitos produtores já atingiram o limite de endividamento e acabam tendo que buscar o financiamento de multinacionais.

Como estas empresas captam recursos no mercado externo, um primeiro reflexo esperado é que o crédito fique mais caro. Outro é que falte recursos para financiar a safra, especialmente a de soja, que já começa a ser plantada neste mês. Somado a isso, o preço de insumos, muitos importados, também está mais caro. Para Ademar, se este cenário persistir, a tendência é que a produtividade da safra 2008/09 seja menor, porque o produtor vai procurar economizar em defensivos e adubo.

No setor pecuário o crédito também desperta a preocupação, mas por outro motivo: quase 100% das vendas de bovinos aos frigoríficos são feitas com prazo de 30 dias para pagamento e como muitas indústrias têm capital aberto estão assistindo às suas ações despencarem na bolsa. “Isso significa a diminuição do patrimônio das empresas”, avalia o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Laucídio Coelho Neto.

Por enquanto, afirma, o mercado físico ainda não foi atingido, ou seja, os preços do boi e as compras estão mantidas. Mas se a situação se arrastar por mais alguns meses, diz Laucídio, a tendência é que o setor amargue os efeitos da crise. “O momento é de muita precaução e desconfiança”, diz.

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