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Crise: Entidades beneficentes passam por dificuldades

Ivy Farias, ABr - 02 de abril de 2009 - 07:36

São Paulo - Além das empresas e empregos, a crise financeira internacional causa impacto em um setor importante para a sociedade, a filantropia. Entidades beneficentes de São Paulo ouvidas pela Agência Brasil relataram as dificuldades financeiras que enfrentam desde setembro do ano passado.

No orfanato Cantinho que Encontrei, no bairro da Lapa, a situação se agrava desde outubro de 2008. "As doações caíram pela metade", conta a auxiliar de coordenação da instituição, Nadia Savaro. Segundo ela, o quadro está piorando a cada dia: "Estamos fazendo do jeito que dá, está ficando cada vez mais difícil".

No abrigo para animais abandonados Quintal de São Francisco, a crise trouxe uma conseqüencia drástica: a instituição fechou as portas terça-feira (31). Os diretores vão tentar encaminhar 183 cães para um novo lar. A presidente do abrigo, Angela Caruso, contou que as doações também despencaram 40% desde o fim do ano passado. O orçamento da instituição, segundo ela, está sendo complementado pelos diretores, que estão todos endividados.

"Recebemos e-mails de pessoas que pediam desculpa por não poder continuar ajudando porque tinham perdido o emprego", explicou. A presidente disse ainda que não é fácil arrecadar R$ 25 mil todo mês. "Temos custos como folha de pagamento, água, eletricidade. As obras do nosso abrigo estão paradas", completou. De acordo com ela, em época de crise, doações são os primeiros custos cortados de um orçarmento. "E no Brasil temos a cultura de ajudar primeiro os humanos, depois os animais", acrescentou.

A Fundação Dorina Nowill, instituição que auxilia portadores de deficiência visual em São Paulo, ainda não sentiu os impactos da crise em suas contas, mas já se prepara para eventuais perdas. De acordo com o gerente de captação de recursos, Valter Espínola Júnior, a fundação trabalha em parceria com empresas, que doam de acordo com seus lucros. "Se a empresa não tiver lucro, também não teremos receita", disse.

O gerente explicou que os efeitos da crise serão sentidos a partir de julho, já que o ano fiscal ainda não foi fechado. Para concretizar o orçamento, a instituição está buscando outros doadores e desenvolvendo novos projetos para arrecadar fundos. "Estamos criando cardápios em braille e livros falados para gerar renda porque as perspectivas indicam que teremos um desnível em nosso orçamento por conta da crise", afirmou.



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