Pesquisadores de Santa Catarina atestaram o que o senso comum já desconfiava: alunos que vão andando para a escola têm menor tendência ao aumento de peso e, conseqüentemente, às complicações que isto pode gerar, como, por exemplo, o aumento da pressão arterial. A pesquisa dos sulistas foi realizada na região Nordeste com estudantes de 1ª a 4ª série de escolas municipais públicas (em número de 15) e particulares (cinco) da cidade de João Pessoa (PB).

Em artigo publicado na edição de agosto de 2008 dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Kelly Silva e Adair Lopes, do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (PPGEF), do Centro de Desporto (CDS) da UFSC, explicam que 1520 escolares, de 7 a 12 anos de idade, de ambos os sexos, foram utilizados para o estudo, conduzido em 2005. As crianças responderam a perguntas sobre como se deslocavam para a escola (se de forma ativa, andando ou pedalando de bicicleta) ou passiva (levados de carro, motocicleta ou ônibus). O excesso de peso foi considerado naqueles com índice de massa corporal (IMC) > 25 kg/m2; a gordura em excesso situava-se no percentil > 85 da dobra tricipital e a pressão arterial estava aumentada no percentil > 90.

Os resultados mostram que o deslocamento passivo foi responsável por aumento de peso e de gordura. Embora ir de ônibus, carro ou moto não tenha influência diretamente no aumento da pressão arterial, os pesquisadores identificaram que a pressão arterial elevada predominou nas crianças com maior peso e gordura e alertam: “É preciso prevenir o excesso de peso, como meio de evitar o acúmulo de gordura e o aumento da pressão arterial”.

Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)