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Crianças peruanas temem outro terremoto

José Carlos Mattedi /ABr - 26 de agosto de 2007 - 07:02

Brasília - A psicóloga Ângela Coelho, do Conselho Federal de Psicologia (CFP), está em Pisco, a cidade mais atingida pelo terremoto que devastou o sul do Peru há dez dias. Especialista em atendimento emergencial, está implantando um programa de atendimento psicossocial.

Segundo ela, as pessoas estão preocupadas e abatidas. Não sabem para onde levar seus familiares e como podem ter acesso aos produtos de primeira necessidade. A sensação de desamparo é grande devido à destruição dos prédios. “A casa é o lar da pessoa, é o sentido de estar aqui, de pertencer a uma comunidade. Quando você vê que essa comunidade foi devastada, esse sentimento de 'desproteção', de não ter para onde ir, é enorme”.

As crianças, diz a psicóloga, têm medo que ocorra um novo tremor. “Ficam mais agitadas, mas os psicólogos têm orientado os pais sobre como conversar com os filhos a respeito do medo, e sobre o abalo dos filhos diante da magnitude do ocorrido”. Já os adultos costumam se assustar com os sentimentos de raiva ou tristeza. “É aí que entra o trabalho do psicólogo para explicar que são reações normais diante de um evento tão anormal”.

A praça principal de Pisco é o centro de toda a logística de atendimento às vítimas, que foram colocadas em tendas. Muitas famílias deixaram a cidade e rumaram para a capital, Lima, ou outras cidades em busca de abrigos em casas de familiares. É também na praça que funciona o espaço psicossocial, onde centenas de pessoas são ouvidas diariamente. “O serviço dos psicólogos é basicamente escutar. É a vivência do luto, da perda do familiar, de como vai ser daqui para diante”.



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