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Crianças mais velhas são menos criativas do que as mais novas, diz estudo

Agência Notisa - 23 de junho de 2011 - 08:06

AGÊNCIA NOTISA – Publicada ano passada no periódico Estudos de Psicologia (Natal), a pesquisa “Criatividade e inteligência: analisando semelhanças e discrepâncias no desenvolvimento” aplicou testes a 172 estudantes (91 mulheres e 81 homens), da 1ª série do Ensino Fundamental até o 3º ano do Ensino Médio, de escolas privadas e públicas de cinco cidades do interior do estado de São Paulo, para descobrir se há ou não relações significativas entre a inteligência e a criatividade.

O artigo, escrito pela professora de psicologia da PUC-Campinas Solange Muglia Wechsler e equipe, lembra que não só as definições para “inteligência” e “criatividade” sofreram mudanças nos últimos anos, não havendo uma definitiva, como as possíveis relações existentes entre as duas instâncias são divergentes. Citando artigos passados, os pesquisadores dizem que em uma pesquisa de 1978, realizada com arquitetos e pesquisadores criativos, “embora 98% tivessem um Coeficiente de Inteligência (QI) superior a 120 em testes de inteligência, eles não necessariamente alcançavam pontuação alta em testes de criatividade”. Por outro lado, há estudos, relata o artigo, que encontraram relação direta entre criatividade e inteligência, mas apenas quando esta última estava acima da média - “em outros níveis intelectuais não foram encontradas relações significativas”, afirmam os autores no texto.

Os resultados encontrados na pesquisa em questão corroboram achados anteriores de que inteligência e criatividade funcionam em separado. “Não houve correlações significativas entre inteligência e criatividade, de acordo com as medianas nos testes de inteligência”, relatam os pesquisadores. Dessa forma, eles acreditam que “a criatividade pode ser encontrada em qualquer nível de inteligência, devido a sua fraca relação com a mesma”.

Um dado destacado pelos pesquisadores foi a questão da série educacional (relacionada diretamente à maior idade), que parece influenciar os níveis de inteligência e criatividade de maneira distinta. Ao mesmo tempo em que “houve acréscimo nas habilidades cognitivas ao serem comparados estudantes do Ensino Fundamental e Médio”, foi encontrado também “um aumento do potencial criativo até a 5ª-6ª série do Ensino Fundamental, sendo seguido por um decréscimo após esse período”.

Para os autores, os métodos de ensino no Brasil explicariam o porquê desta queda, uma vez que seria mais valorizado o “decoreba” do que o estímulo a encontrar formas criativas e inovadoras de trabalhar com aquilo que é apreendido. “Estes resultados vêm confirmar a necessidade de investimento na capacitação de professores para que possam desenvolver estratégias que facilitem pensar criativamente sobre as informações dadas, ao contrário do excesso de memorização que têm predominado nas escolas”, sugerem os pesquisadores.

Para ler o artigo na íntegra, acesse: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413294X2010000300003&lang=pt.

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