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Criança fica trancada em casa durante três anos
Durante três anos, uma menina de 5 anos, ficou trancada na residência onde mora com a mãe, no Bairro Nova Lima, em Campo Grande. A menina não podia ir à escola e também não recebia iluminação, solar ou artificial.
Agentes da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) resgataram a menina do local ontem. Equipes da Polícia Civil e do Instituto de Criminalística estão neste momento no local para avaliar as condições em que a menina vivia.
Segundo a Polícia Civil, a menina não ia à escola porque a mãe não permitia. A mulher trancou todas as janelas da casa e, desta maneira, a criança não podia ver a luz do sol.
O imóvel também não é abastecido por energia elétrica porque a mulher mandou cortar a luz.
A Polícia apurou que a mulher sofre transtornos psiquiátricos. Ela alega que recebe ameaças constantes e diz que adota estas medidas com a filha para protegê-la.
Ontem as duas foram retiradas da casa e receberão atendimento psicológico. A mulher não responderá criminalmente por manter a filha trancada em casa devido ao distúrbio.
Preliminarmente, não foram detectados problemas relacionados a questões sanitárias. A casa era extremamente limpa.
As duas recebiam R$ 200,00 por mês em uma conta bancária, contudo, ainda não foi apurado quem mandava o dinheiro.
A menina estava com a vacinação em dia e a mãe dava as refeições. Na geladeira da casa havia um facão, mel, leite condensado e uma garrafa de óleo.
O sal de cozinha era guardado no armário de roupas da casa. A mulher saía de casa apenas uma vez por mês, para fazer as compras.
A menina ficava trancada na ausência dela. A mãe evitava qualquer aproximação com as pessoas.
Durante trabalho feito pela Igreja, junto à comunidade, o frei Wanderley decobriu o caso. O Conselho Tutelar foi acionado e fará o acompanhamento da situação.
O frei diz estar preocupado tanto com a saúde da menina quanto da mãe, já que o setor de psiquiatria do HR (Hospital Regional) foi destruído em incêndio.
Vizinhos - Moradores contam que a mulher mora na casa há 15 anos e começou a apresentar problemas psiquiátricos depois da segunda separação.
Ela ficou pouco tempo casada com o pai da menina, o segundo marido. Depois que ele saiu da casa, a mulher começou a brigar com os vizinhos e familiares.