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Criança: falta de zinco pode explicar falta de apetite

Agência Notisa - 09 de julho de 2004 - 11:19

O drama enfrentado por muitas mães se repete a cada dia: filhos que só comem doces e que na hora das refeições salgadas reclamam e acabam não se alimentando corretamente. Uma pesquisa da UNB, publicada no Jornal de Pediatria (Vol.80 n.1), revela que a carência de zinco pode ser uma das razões para a falta de apetite infantil: 85% das crianças que tiveram suplementação com zinco passaram a comer normalmente.

O estudo avaliou 40 crianças com idade entre oito meses e 5 anos, selecionadas entre pacientes atendidos no ambulatório pediátrico, a partir da queixa de falta de apetite para comida de sal. Foram formados dois grupos de 20 pacientes, sendo, a um deles, administrada suplementação com zinco. Também foi aplicado, em todos os pacientes, um formulário abordando questões relativas à duração do aleitamento materno, idade da introdução de alimentos complementares, duração da história de falta de apetite, trabalho da mãe fora do domicílio e práticas utilizadas para forçar a alimentação do paciente, entre outras questões.

Após os seis meses de observação, os pesquisadores constataram que a suplementação com zinco melhorou a aceitação de refeições de sal por crianças. Das 20 crianças que receberam suplementação com zinco, 17 recuperaram o apetite para refeições de sal.

Estima-se que 15% das consultas pediátricas de crianças com até quatro anos de idade sejam devido à falta de apetite: “o sintoma se manifesta, geralmente, após o desmame, quando se introduzem na dieta do lactente os alimentos contendo sal. Outras vezes atinge crianças maiores, após a convalescença de quadros infecciosos diversos”, dizem os pesquisadores.

Os pesquisadores destacam que, mesmo banalizada pelo pediatra, a falta de apetite infantil é uma manifestação importante, “responsável por estados de tensão e ansiedade na relação mãe/filho”. A carência do zinco poderia resultar em uma perda da capacidade de perceber sabores e odores de alguns tipos de alimentos, tornando a criança indiferente às refeições que os contenham, embora mantenha apetite normal para outras fontes alimentares.

As mães que participaram da pesquisa receberam a mesma orientação: oferecer refeições em horário regular, não constranger a criança para forçar a alimentação, não fazer comentários depreciativos se a criança recusasse o alimento, não oferecer outro alimento para compensar refeições recusadas. Também foi recomendado às mães que não criassem clima de discussão, ameaças ou premiações para obter a aceitação dos alimentos recusados, dando importância mínima à recusa alimentar.

Os pesquisadores concluíram que a suplementação com zinco pode ser um fator complementar à recuperação do apetite infantil. Para garantir maior aproveitamento desse estudo, os pesquisadores destacam a importância de que sejam feitas mais pesquisas para investigar danos causados por carências nutricionais.

Agência Notisa (jornalismo científico - scientific journalism)

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