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Criança com deficiência deve estudar em escola regular, diz pedagoga

(*) Francisca Paris - 08 de maio de 2014 - 17:16

Escolher a escola para matricular um filho é uma das decisões mais importantes que os pais têm de tomar. Quando a criança tem alguma deficiência intelectual, os adultos se deparam com uma dificuldade: definir se a matrícula será em uma escola regular – em que ela conviverá com colegas da mesma faixa etária –, ou em uma instituição específica, ou em uma escola regular que ofereça classe separada, na qual a criança estudará apenas com alunos que tenham algum tipo de deficiência.

Crianças com qualquer deficiência têm direito de frequentar uma escola regular. Este acesso é assegurado desde 2009, quando foi decretado no Brasil que tudo o que está escrito na Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, assinado em 2007 em Nova York, deve ser cumprido.
Cabe aos pais decidir se é melhor a criança frequentar uma sala regular e, no período em que não estuda, ter assistência especializada para o reforço, ou uma sala especial para a aprendizagem das disciplinas clássicas, como língua portuguesa e matemática. Neste segundo caso, a criança se reúne com os demais alunos da escola em alguns momentos, como nas aulas de arte, esportes e música e em outras atividades com caráter lúdico.
Claro que a decisão da família é soberana. No entanto, acredito que segregar a criança a uma sala especial, independentemente de qual deficiência ela tenha, é muito prejudicial ao seu desenvolvimento. Naturalmente essa criança terá mais dificuldade para realizar as tarefas, mas a convivência com todos e o enfrentamento de desafios cotidianos são essenciais para a aprendizagem. As crianças crescem convivendo na diversidade, que está em toda a parte.
A escola é o lugar onde as pessoas aprendem a viver em sociedade. E todas são capazes de aprender, cada uma a seu tempo! Basta os educadores buscarem o melhor método para atender às mais variadas dificuldades, uma vez que cada aluno é único, com características próprias, tendo ou não algum tipo de deficiência. Para ajudar, os professores podem, por exemplo, variar a forma como apresentam os assuntos, ser mais flexíveis em relação ao tempo do ensino e às expectativas e traçar metas de aprendizagens individuais, sem subestimar ninguém. No contraturno, a escola pode, ainda, propor atividades em salas reservadas, com atendimento personalizado, para resolver problemas pontuais, como dificuldades de fala, escrita, interpretação e expressão.
O primeiro ponto a ser observado pelos pais é o ambiente escolar, se eles se identificam com os professores, se gostam do espaço físico e se concordam com o projeto pedagógico. A escola não precisa ter experiências anteriores com alunos com deficiência. Os docentes aprendem a trabalhar com as situações diferentes no momento em que elas passam a existir.
Quando uma criança com deficiência é deslocada para uma vida social à parte, sofre uma perda considerável. Nem a família nem a escola podem afastá-la do convívio geral, tanto dentro quanto fora da sala de aula. Essas crianças se tornarão jovens e adultos e devem aprender a cultivar amizades, a ter sonhos e a fazer planos.

(*) Francisca Paris é pedagoga, mestra em educação e diretora de serviços educacionais da Saraiva

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