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Cresce número de pessoas que têm empréstimo negado pelos bancos

Campo Grande News - 21 de março de 2016 - 07:20

As pessoas andam com dificuldade para conseguir empréstimos este ano. Com muita gente endividada e o risco de inadimplência, cerca de 15% dos pedidos aos bancos são negados, segundo pessoas que trabalham no setor.

De acordo com o Banco do Brasil, em dezembro de 2015, o crédito consignado da instituição fechou o balanço com R$ 62,50 bilhões concedidos, um aumento de 5,86% em relação a 2014, que foi de R$ 58,84 bilhões. Mas as solicitações tiveram um aumento muito maior no mesmo perído, com crescimento de 50%.

Como está cada vez mais difícil conseguir empréstimo, o setor começou 2016 retraído.

Segundo uma funcionária que trabalha com empréstimo consignado e não quis se identificar, o número de pessoas que tem conseguido liberação de dinheiro caiu cerca de 15% nesses três primeiros meses do ano. "Os clientes estão sem margem porque atingiram o limite de crédito que podem pegar. E por conta disso, nosso serviço cai".

Endividado, o gerente Walmir Neto disse que antes conseguia refinanciar suas dívidas, mas que do meio do ano passado pra cá não há mais esta possibilidade. Ele fez seu primeiro empréstimo há cerca de oito anos no valor de R$ 10 mil, com juros de cerca de 3%, mas nunca mais conseguiu quitar.

"Por um problema na estrutura da minha casa tive que pegar um dinheiro com o banco há oito anos, e não conseguiu parar desde então. Tive que pegar um valor alto e com isso as parcelas ficaram salgadas, desde então não consigo quitar o empréstimo porque sempre que liberam faço um novo refinanciamento das parcelas. Estou em uma bola de neve e cada vez mais endividado”.

Um dos motivos, segundo a recepcionista Liara Santos é a inflação. Com as contas mais caras e o mesmo salário, a mãe de dois filhos conta que faz empréstimo desde que casou, há cerca de seis anos. Recentemente, a família fez um empréstimo de R$ 12 mil em cinco parcelas de R$ 3.200, aproximadamente.

"Meu marido é funcionário público então conseguimos pegar com taxas menores, mas mesmo assim é complicado. Para não nos enrolarmos ainda mais, tiramos nossos filhos da escola particular e optamos pela pública este ano até nos restabelecermos".

A informação em algumas financeiras é de que os bancos estão mais criteriosos por conta do aumento da inadimplência. Mas o Banco do Brasil afirma que não tem verificado qualquer sinal de alerta para fraudes nas contratações de crédito consignado e que mantém 96,5% do seus créditos vinculados a servidores públicos e beneficiários do INSS, segmentos que oferecem menor risco. Que o banco monitora suas contratações e que a maioria daqueles que fazem negócios com o Banco possuem conta há pelo menos cinco anos e recebem seus proventos ou benefícios do INSS na instituição.

Até para os que teriam o cadastro do consignado aprovado, empréstimo ganhou um status muito mais sério, que exige calma na hora de avaliar.

A vendedora Lidiane Ferreira lembra dos juros. Apesar de serem mais baixos do que o de empréstimo comum, ainda é alto diante da crise financeira em que está. "Peguei empréstimo uma vez há dois anos e quitei recentemente. Falar que eu não tenho vontade é mentira, afinal quem não precisa de um dinheiro extra hoje em dia? O problema são as taxas que estão muito altas, por isso prefiro economizar e pagar minhas dívidas da forma que posso mesmo”.

O empréstimo consignado é um tipo de serviço oferecido pelas instituições financeiras e empresas conveniadas, onde as parcelas são descontadas diretamente do salário da pessoa que fez a solicitação. Trabalhadores com carteira assinada, aposentados e pensionistas do INSS, funcionários públicos federais, estaduais, municipais e também os militares entram neste grupo. Entre as facilidades, a segurança de recebimento, os juros menores que demais empréstimos e a possibilidade de solicitar o valor mesmo estando com débitos penentes, são os maiores atrativos desta transação. Memso com valores inferiores, muitos consumidores estão evitando esta modalidade porque estão preocupados em como pagar.

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