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CPMI termina coleta de provas e vai apresentar relatório

Agência Câmara - 09 de agosto de 2006 - 06:38

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Sanguessugas encerrou nesta terça-feira a fase de coleta de provas e vai se dedicar, até a próxima quinta-feira (10), à conclusão do relatório, que deverá ter cerca de 1,3 mil páginas. As últimas dúvidas dos integrantes da CPMI foram dirimidas nesta terça-feira com o depoimento do empresário Luiz Antonio Vedoin, segundo informou o presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ).
No depoimento, que durou quatro horas divididas em duas partes, Vedoin detalhou a suposta participação de 13 deputados no esquema de fraudes na compra de ambulâncias por prefeituras. As relações desses parlamentares com a Planam (empresa de Vedoin que comandava as fraudes) não haviam sido totalmente esclarecidas anteriormente.
"Agora não há mais nenhuma dúvida, mas isso não quer dizer que os parlamentares se envolveram efetivamente com as fraudes", declarou Biscaia. Questionado se o número de parlamentares comprovadamente envolvidos no esquema era de aproximadamente 70, Biscaia disse ter convicção de que sim.
Depoimento consistente
Segundo o sub-relator de sistematização da CPMI, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), os esclarecimentos prestados nesta terça-feira, além de sanarem dúvidas, reforçaram as provas contra alguns parlamentares. "Vedoin foi muito consistente, muito firme. Nas vezes em que detalhou a atuação de um parlamentar, ele demonstrou de forma efetiva a participação no esquema", disse Sampaio. "Nos casos de alguns parlamentares, além dos pagamentos em espécie Vedoin lembrou de outros depósitos que foram feitos e juntou esses documentos", acrescentou.

Desconforto
Durante o depoimento, Vedoin manifestou "desconforto" por permanecer em Brasília e pediu proteção da CPMI para voltar a Cuiabá (MT), onde reside. O empresário revelou que se sentiu "coagido", na capital federal, por pessoas envolvidas no esquema. Vedoin foi advertido pelo próprio Biscaia de que corre riscos, e por isso retorna a Cuiabá nesta terça-feira. "Ele é um arquivo vivo e conhece detalhes impressionantes sobre todo o esquema criminoso", disse o presidente da CPMI.

Datas
Biscaia informou que a votação do relatório final está mantida para a quinta-feira (10), mas adiantou que marcará nova reunião para votar o texto no dia 22, caso alguma disputa política tumultue a sessão.
Ainda nesta terça-feira, a CPMI foi informada da decisão do juiz Jeferson Schneider, da 2ª Vara Federal, de retirar o sigilo de todos os documentos sobre a investigação da máfia das ambulâncias produzidos pela Polícia Federal e pela própria comissão. A partir de agora, segundo Biscaia, haverá total transparência sobre os documentos recolhidos.


Reportagem - Rodrigo Bittar e Ana Raquel Macêdo
Edição – João Pitella Junior

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