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CPMI dos Correios ouvirá Maurício Marinho outra vez

Agência Câmara - 19 de agosto de 2005 - 08:15

O pivô da atual crise política deverá ser ouvido novamente pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. Os integrantes da comissão aprovaram hoje um novo pedido de convocação do ex-chefe de Departamento dos Correios Maurício Marinho, que foi flagrado recebendo propina de R$ 3 mil.
Em novo depoimento ao Ministério Público Federal, Marinho deu detalhes do esquema de corrupção na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e afirmou que o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) comandava todas as operações destinadas a arrecadar recursos para o PTB por intermédio de seu genro, Marcos Vinícius Ferreira. Marcos Vinícius também será convocado, mas as datas dos depoimentos ainda não foram definidas.
Com essas revelações, integrantes da CPMI, como o deputado Maurício Rands (PT-PE), avaliam que a comissão retoma seu foco inicial. "A CPMI agora tende a voltar a seu foco, que foi subdividido em dois eixos: o esquema de arrecadação ilícita de recursos nos Correios e o esquema irregular do senhor Marcos Valério (de Souza, acusado de operar o "mensalão"), tanto de captação quanto de drenagem de recursos políticos. O esquema de Marcos Valério surge a partir de um contrato de publicidade que ele tinha com os Correios", disse Rands.
O presidente da CPMI, senador Delcidio Amaral (PT-MS), pediu paciência a todos, afirmando que as buscas requerem cuidado. "As investigações sobre os Correios não foram esquecidas. Elas exigem apuração sobre os contratos, que são bastante sofisticados. Eles estão sendo analisados pela equipe técnica dos Correios, do Tribunal de Contas da União (TCU) e por parlamentares", informou.

Doleiros
Entre os mais de 60 requerimentos aprovados na reunião administrativa de hoje, também estão a convocação de três doleiros: Haroldo Bicalho, Jader Kalid Antônio e Adalberto Youssef. Por enquanto, o doleiro Antonio Oliveira Claramunt, conhecido como Toninho da Barcelona, não será ouvido pela CPMI. Ele teria informações sobre a transferência ilegal de dinheiro para o exterior por partidos políticos e autoridades.
Segundo o relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), Barcelona será ouvido antes pela Justiça Federal, que é responsável pela decisão de conceder ou não o benefício da delação premiada ao doleiro. A delação premiada é um instrumento previsto na lei que permite redução da pena em troca da revelação de informações que interessem à investigação. "Ele (Toninho da Barcelona) precisa antes ter a convicção do que ele quer. Não adianta ele vir esperando que iremos protegê-lo se não temos instrumentos para isso", afirmou Serraglio.

Divisão dos trabalhos
Para acelerar os trabalhos, o relator propõe uma divisão dos próximos depoimentos. Alguns seriam tomados pela Polícia Federal, outros pelo plenário da CPMI, como vem ocorrendo. Seriam criadas ainda duas subcomissões para analisar os casos referentes aos Correios e às empresas de Marcos Valério.
Na próxima terça-feira (23), a comissão deve eleger seu novo vice-presidente, em substituição ao senador Maguito Vilela (PMDB-GO), afastado por licença médica.



Reportagem - Mônica Montenegro
Edição - Noéli Nobre

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