O sub-relator de movimentações financeiras da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), disse, ontem (6), que já foram indentificados os recursos depositados na principal conta da agência SMP&B. Segundo Fruet, é desta conta que o empresário Marcos Valério de Souza passou recursos para pessoas indicadas pelo ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.

A conta da empresa no Banco Rural movimentou cerca de R$ 260 milhões. Mas nem todo este dinheiro significa recursos novos. Segundo Fruet, a maior parte é oriunda de renovações de contratos da SMP&B.

Fruet afirma que, dos R$ 260 milhões, apenas R$ 72 milhões são realmente dinheiro novo ingressado na conta da SMPB. O rastreamento feito pela CPMI mostra que, destes R$ 72 milhões, R$ 34 milhões eram oriundos do próprio Banco Rural. Dessa parte, R$ 18 milhões são empréstimos feitos por Valério junto ao banco. Os outros R$ 16 milhões não tem, ainda, uma origem definida pelas investigações da CPMI.

Os R$ 38 milhões restantes nas contas da SMP&B foram identificados como depósitos realizados pelas empresas Telemig Celular, Amazônia Celular, Cosipa e prefeituras das cidades mineiras de Betim e Contagem. Fruet ressaltou que o repasse destas empresas para a conta da SMP&B não significa que elas estivessem abastecendo um esquema de corrupção ou financiamento ilegal de campanha.

Acrescentou que, a partir de agora, uma das principais linhas de investigação da CPMI será saber se os recursos repassados pelas empresas e prefeituras foram pagamentos de serviços prestados ou utilizados para abastecer o esquema de pagamento de propinas.