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Geral

CPI do Corinthians é arquivada por falta de assinaturas

Priscilla Mazenotti e Marcos Chagas /ABr - 08 de novembro de 2007 - 17:47

Brasília - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigaria fraudes em clubes brasileiros, principalmente no Corinthians, foi arquivada hoje (8) por falta de três assinaturas. Para a criação de uma CPMI são necessárias as assinaturas de 27 senadores e 171 deputados.

O deputado Sílvio Torres (PSDB-SP) acusa a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de pressionar o Congresso Nacional para desarticular a criação da CPMI.

"Não há nenhuma dúvida que foi o lobby da CBF [que derrubou a CPMI]. Lobby identificado, confessado e que acaba demonstrando que um poder fora do Congresso tem a capacidade de inviabilizar uma investigação sobre crimes contra o sistema financeiro nacional", desabafou o deputado, um dos responsáveis pela coleta de assinaturas na Câmara.

O deputado tucano acusou o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, de ser o articulador no Congresso para inviabilizar a CPMI. Segundo o deputado, Teixeira ficou "poderoso" depois que o Brasil foi escolhido como sede da Copa em 2014.

"O Ricardo Teixeira teme que as investigações que começariam com lavagem de dinheiro no Corinthians e na MSI pudessem, de alguma forma, chegar até ele. Se ele tem esse temor, que explique o porquê", disse.

Durante a manhã de hoje (7), o vice-presidente da CBF, Weber Magalhães, esteve no Senado acompanhando a sessão do Congresso que instalaria a CPMI. Magalhães, que não tem mandato parlamentar, circulou pelo plenário do Senado e acompanhou a conferência das assinaturas necessárias.

Após a confirmação da falta de votos para a instalar a comissão, Weber Magalhães deixou o plenário do Senado às pressas e sem querer dar entrevistas.

A CPMI investigaria denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro entre a empresa MSI Licenciamentos e Administração, que assinou contrato de gestão com o Corinthians em 2004. Investigações do Ministério Público e da Polícia Federal mostram que a empresa é comandada pelo russo Boris Berezovsky. Sobre ele pesam acusações como lavagem de dinheiro e até envolvimento com a máfia russa. Boris é procurado pela Interpol.

O deputado José Rocha (PR-BA) defendeu a não-instalação da CPMI, mas negou que tenha trabalhado em parceria com a confederação. Apesar de não ter assinado a criação da comissão, ele participou da conferência das assinaturas no plenário. Por diversas vezes, o parlamentar trocou informações com o dirigente da CBF.

"Não fui canal nenhum da CBF aqui para esse assunto. Não trabalhei para impedir e não estou comemorando", afirmou.

"Sou contra a CPI porque acho que não é o momento oportuno por causa da Copa de 2014 que está em processo de organização", acrescentou.


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