Estabilidade de preços foi a principal característica do mercado atacado de milho em junho. A colheita da safra de verão se encerrou, mas nem por isso os preços reagiram. A entrada da safrinha de Mato Grosso e os leilões do governo contribuíram para impedir uma alta forte. O uso na ração de produtos alternativos ao milho, como o sorgo, também teve papel baixista.
Mesmo com esses fundamentos, há quem estranhe o atual cenário. Primeiro, porque as importações de milho estão na prática em moratória, por causa do processo de reformulação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). A comissão, que está em recesso, tem que aprovar individualmente cada lote de milho transgênico a ser comprado da Argentina.

O segundo motivo é o cenário positivo para o consumo, uma vez que a avicultura segue com bom desempenho e a previsão de alojamentos do segundo semestre é consistente.

GRÃO ESTOCADO

A observação de alguns operadores é a de que a indústria está utilizando um volume de milho que já está em seus armazéns, mas que ainda não teve preço fixado pelos vendedores (cerealistas e cooperativas ). Outra fonte de suprimento seria o milho comprado antecipadamente no Cerrado, que as empresas estariam agora deslocando para o Sul.

Por meio das duas iniciativas, há menos pressão de demanda no momento. A entrada da safrinha do Paraná, a partir do meio do mês, pode ampliar a pressão sobre os preços. É questionável, porém, se o milho terá baixa significativa. Alguns analistas acreditam apenas que a safrinha deve adiar uma alta, que vêem como inevitável para o cereal.