Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Sexta, 29 de Março de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

"Cortes vão doer", diz ministro Paulo Bernardo

10 de janeiro de 2008 - 14:15

"Vai doer", disse o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, ao se referir aos cortes que o governo terá de fazer para equilibrar o Orçamento Geral da União com a perda de R$ 40 bilhões com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Ele também deixou claro que todos terão que dar a sua parcela de contribuição.

"Eu diria assim. Se você perguntar: vai doer? Vai doer. A gente vê as pessoas falando e todo mundo acha que tem que cortar. Mas ninguém quer que corte o seu. Todo mundo acha, se for no prédio vizinho, no órgão ao lado, no outro poder, na emenda da oposição ou da situação. Se formos seguir com esse tipo de princípio não vamos cortar nada", disse.

Segundo ele, o esforço será muito grande mesmo com os R$ 10 bilhões estimados com a elevação das alíquotas do Imposto sobre Operações financeiras (IOF) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Outros R$ 10 bilhões virão do aumento de arrecadação proveniente do crescimento da economia e o restante, ou R$ 20 bilhões, em cortes no orçamento.

O ministro lembrou que constitucionalmente o governo não tem alternativa, porque se perde uma receita, ou cria outra ou tem que cortar gastos. O corte, porém, não deve ser linear, levando-se em consideração as prioridades do governo.

"Nós vamos proteger os programas sociais. O Ministério da Saúde perdeu quase metade do orçamento e nós vamos recuperar. Vamos colocar o dinheiro no Bolsa Família, praticamente R$ 8 bilhões que saíram do ministério do Patrus Ananias, vamos recuperar. E vamos proteger os investimentos prioritários", afirmou.

Paulo Bernardo reafirmou que não há ambiente para discutir o reajuste de salário dos servidores públicos (civis e militares). De acordo com ele, com a perda de R$ 40 bilhões da CPMF, o governo ficou impossibilitado de conceder reajustes salariais.
"O orçamento prevê aproximadamente R$ 6,9 bilhões de despesas de pessoal. Contratação via concurso e de novos cargos. Mas nós nos consideramos absolutamente impedidos de fazer esse tipo de discussão. Se eu estou dizendo que preciso cortar e resolver um rombo de R$ 40 bilhões, eu não tenho como resolver essa coisa [reajuste salarial] agora. As pessoas vão achar que nós ficamos malucos", disse.

O ministro disse ainda que não pode tomar uma decisão que viesse a ser considerada irresponsável, pelo fato de não poder ser cumprida, por falta de recursos.

Quanto ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Paulo Bernardo voltou a dizer que não é intenção do governo fazer cortes. Ele lembrou que muitas obras dependem muito mais dr recursos das estatais do que do Orçamento da União. "Portanto, essas obras não vão ter nenhum tipo de problema".



Agência Brasil

SIGA-NOS NO Google News