Brasília - Começa hoje (20) a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no ano. O encontro do colegiado de diretores do Banco Central ocorre cercado de expectativa, principalmente porque todos os indicadores de mercado apontam para a retomada do processo de flexibilização da taxa básica de juros (Selic), que está em 13,75% ao ano.

O primeiro indicativo nesse sentido veio na própria ata da reunião do Copom, nos dias 9 e 10 de dezembro último. Uma provável redução da taxa ganhou vulto à medida que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) começou a perder fôlego, fechou o mês de dezembro abaixo das expectativas do mercado e continuou em baixa na primeira quinzena de janeiro.

Além do controle da inflação, a perspectiva de redução da taxa básica de juros foi reforçada pela deterioração da atividade econômica, que culminou na perda de 655 mil postos de trabalho no mês passado, de acordo com a economista-chefe do Banco Fibra, Maristella Ansanelli. Segundo ela, a redução da Selic é condição básica para que o setor produtivo retome investimentos e gere empregos.

Pesquisa feita pelo BC todas as sextas-feiras com analistas financeiros, para sentir as tendências do mercado sobre os principais indicadores da economia, aponta para expectativa média de redução de 0,50 ponto percentual, de acordo com o boletim Focus divulgado ontem (19). As cinco instituições com maior número de acertos em seus prognósticos falam em queda de 0,75 ponto percentual.

O resultado, porém, só será conhecido amanhã (21) à noite, quando terminar a segunda parte da reunião, que começa sempre depois das 15h. Hoje, serão apresentadas exposições dos chefes de departamento do banco sobre perspectivas nos diferentes segmentos da economia, no Brasil e no exterior.