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Copa: Holanda e Espanha disputam título inédito

GE.net/ Luiz Ricardo Fini, enviado especial Johanesburgo - África do Sul - 11 de julho de 2010 - 01:53

Uma final inédita definirá o campeão da Copa do Mundo 2010, a primeira no continente africano. Holanda e Espanha se enfrentam neste domingo, às 15h30 (de Brasília), no Estádio Soccer City, em Johanesburgo, na luta para conquistar o primeiro título mundial de suas histórias.

Em uma época em que cada vez mais a defesa é privilegiada, holandeses e espanhóis provam que o ataque continua sendo o melhor caminho para o triunfo. Nesta Copa, o futebol ofensivo de ambos acaba com a teoria de que só times retrancados vencem atualmente. Nenhuma das finalistas abre mão de se defender bem, mas o destaque está na frente.

O meio-campo com os talentosos Xavi e Iniesta faz a vida ficar mais fácil para o grande destaque da Fúria, o atacante David Villa."Vamos tentar impor nossa personalidade, indo para o ataque desde o primeiro minuto. E sabemos que a Holanda também pensa assim", analisa Xavi.

Já a Laranja, que até recebeu críticas por não jogar ainda mais ofensiva (encontrou o equilíbrio na África do Sul), confia nos pés do habilidoso Sneijder, que municia o ataque formado por Kuyt, Robben e Van Persie. "A Espanha tem jogado bem nos últimos anos e vai ser difícil, mas temos confiança em ganhar. Na final, só importa ganhar", aponta o capitão Giovanni Van Bronckhorst.

A Fúria e a Laranja mostraram no decorrer do torneio que chegam ao jogo decisivo por merecimento. O primeiro vem apresentando um futebol vistoso, que resultou em conquistas recentes, como a da Eurocopa de 2008. Já os holandeses surpreenderam ao vencer todos os jogos que disputaram nesta Copa, chegando à final com 100% de aproveitamento e tendo deixado a seleção brasileira pelo meio do caminho.

"Gosto muito do estilo de jogo da Espanha e respeito todos os seus jogadores e comissão técnica. Mas não tememos nenhum adversário nesta Copa do Mundo e não será diferente. Jamais ganhamos uma decisão, mas nosso rival também não sentiu esse gosto. Chegamos em igualdade de condições e vai levar quem errar menos e se dedicar mais", avisa o técnico holandês, Bert Van Marwijk.

Opinião parecida com a de Vicente del Bosque, técnico da Espanha, que descarta qualquer rótulo de favoritismo para seus comandados, apesar do retrospecto favorável dos últimos anos.

"Não existem favoritos em uma final de Copa do Mundo. Um azarão chega às oitavas de final e quando muito vai até as quartas. Nós e os holandeses estamos na grande decisão e tivemos méritos para chegar aqui. Basta olhar quem deixamos para trás e verão que ficaram seleções muito boas para trás. Agora é a hora da verdade e qualquer coisa pode acontecer. Vamos trabalhar para que a sorte possa sorrir para nós", afirmou.

Os holandeses bateram na trave nos anos de 1974 e 1978, quando foram derrotados por Alemanha e Argentina, respectivamente. Os espanhóis jamais decidiram o torneio, alcançando no máximo um quarto lugar, em 1950, no Brasil.

Assim, a pressão pelo título inédito move as duas nações, apaixonadas por futebol. Nas semifinais, a Holanda eliminou o Uruguai, com um desgastante triunfo por 3 a 2. Já a Espanha despachou por 1 a 0 a Alemanha, que vinha embalada por goleadas sobre Inglaterra e Argentina.

Dos dois lados, há a expectativa de acabar com a fama de 'amarelão' em momentos decisivos. A Espanha tem um dos campeonatos nacionais mais fortes e badalados do mundo, mas, como seleção, acumula decepções seguidas em Copas. Mas parece ter aprendido a lição, abandonando a ideia de que só conseguiria o título com atuações de Fúria, ou seja, na raça. A equipe de Del Bosque tem, sim, aplicação, mas também conta com o talento de meio-campistas e atacantes.

"Estamos com muita esperança de conquistarmos esse título por tudo o que apresentamos até aqui. Sabemos que ser finalista já é sinônimo de sucesso. Mas não queremos de jeito nenhum decepcionar o povo espanhol, que está esperando esse título há muitos anos. Vamos dar a nossa vida em campo por essa taça", afirmou o lateral esquerdo Joan Capdevila.

Por outro lado, o goleiro holandês Maarten Stekelenburg também não quer decepcionar seu povo, que já ficou bastante frustrado pelos naufrágios das gerações de Johan Cruyff e de Van Basten. Portanto, o arqueiro evita pensar muito nos anos de 1974 e 1978, quando os holandeses perderam na final.

"Aquela geração contou com o nosso respeito e a nossa admiração, pois tinha vários craques e merecia uma melhor sorte. Mas não podemos ficar pensando no que aconteceu. Hoje são outros jogadores e não levamos nada daquele passado para dentro de campo. A Espanha também nunca foi campeã. A cobrança será igual para os dois e temos que estar prontos", advertiu o goleiro.

Os treinadores das duas equipes fazem mistério em relação à escalação que mandarão a campo. Na Espanha, porém, Vicente del Bosque dá sinais claros de que vai repetir a formação que derrotou os alemães nas semifinais, uma vez que jamais elogiou tanto a atuação de sua equipe neste Mundial como aconteceu depois da partida de quarta-feira.

Já a Holanda passará por mudanças, mas não por conta de problemas, e sim porque o técnico Bert Van Marwijk ganhará alguns reforços importantes para esta decisão. O lateral direito Gregory Van der Wiel e o volante Nigel De Jong, que cumpriram suspensão contra o Uruguai, voltam nas vagas de Khalid Boulahrouz e Demy de Zeeuw, respectivamente.

Caso a final desta Copa do Mundo termine empatada no tempo regulamentar será disputada uma prorrogação de trinta minutos. Persistindo a igualdade, o campeão de 2010 será conhecido nos pênaltis.

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