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Copa do Mundo: Pantanal Vs. Amazônia Sul

Por Gabriel Rondon (*) - 29 de janeiro de 2009 - 15:36

O que já era esperado foi confirmado nesta quinta-feira: Pantanal e Amazônia terão sub-sedes que as representarão na Copa do Mundo de 2014. E, particularmente, no caso do Pantanal há um grande embate. Junto com a Amazônia, estas duas regiões são dois grandes símbolos nacionais. Reservas ecológicas admiradas pelo mundo inteiro.

A Amazônia por sua enorme extensão, já possui quatro candidatas. Os estados do Amazonas, do Pará, do Mato Grosso e do Acre. Esta ficará tranqüila, pois terá ao menos uma sede. Merecidamente! Como dizem alguns: “É o pulmão do mundo!”.
A preocupação agora é no caso do Pantanal. A maior área alagada do mundo e rica em biodiversidade dispensa comentários por sua beleza. Mas necessita de esclarecimentos por sua localização.

É bem verdade que sempre houve confusão entre os nomes dos dois estados. Mas é necessário esclarecer que, embora vizinhos, temos identidades diferentes. Não fosse isso jamais haveria a luta para que fossemos divididos da parte Norte. Justamente a parte Amazônica do Mato Grosso. Por isso vinham projetos de mudança do nome do estado. Quando falamos de Campo Grande, seja no Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná ou Nordeste, nós somos motivos de piadas por estarmos identificados com o Pantanal. Quem nunca ouviu: “É verdade que tem Tuiuiús e Jacarés em Campo Grande?”. Sempre levamos na brincadeira, mas nunca quando se esquece a palavra “SUL” para complementar o nome do nosso estado.

Analise bem. Porque isto acontece? É questão de identificação. É a mesma coisa da imagem de Manaus na Amazônia. Embora esteja no coração daquela imensa floresta, estamos falando de uma cidade metropolitana de quase dois milhões de habitantes. Voltando pra Campo Grande, que está próxima de ser classificada como Metrópole Regional quando alcançar um milhão de habitantes – que ocorrerá dentro de uns 12 anos -, mostramos claramente que temos estrutura a rivalizar com qualquer cidade brasileira para receber esta Copa.

Lendo um jornal cuiabano me deparo com o desprezo em relação ao índice de violência mato-grossense: “Se o Rio de Janeiro é violento também, então não há problemas para Cuiabá ser. Isto não interessa a FIFA”. Pelo-amor-de-deus! Fico até com medo desta sede por lá.

Mas nós não. Temos uma cidade altamente segura, que inclusive comporta o Centro Militar do Oeste, responsável pela vigia de quase todo o Centro Oeste brasileiro. Inclusive de lá. Hospital vizinho ao estádio. Espaço para construção de quantas vagas de estacionamento quiser e espaço para ter as Fan Fest – onde há telões que possibilitam a população de acompanhar os jogos – em vários pontos da cidade, pois não temos uma cidade demasiadamente densa.

Enfim, as qualidades não deixam um quesito sequer a desejar. 70% do Pantanal estão no Mato Grosso do Sul. Além do que, as partes estrangeiras do Pantanal, que compreendem Bolívia e Paraguai apóiam a candidatura sul-mato-grossense. E não é um apoio por qualquer motivo. É pela identificação conjunta que temos. Culturalmente, podemos dizer que o Pantanal nos uniu.

Seria uma pena se a Amazônia Sul, representada pelo Mato Grosso for escolhida. Irá confirmar este problema da troca de nome dos estados. Não há identificação pantaneira por lá. E como podem usar nomes destes símbolos nacionais em suas campanhas sendo que os destroem? Nosso conceito é diferente. É de preservação.

Não sou eu ou o movimento que apóia a Copa que diz isto. Mas são nossas políticas públicas que sempre pautaram no respeito à área Pantaneira. E agora a Amazônia Sul, provavelmente por sentir que já escolheram Manaus para ser sede, se pauta no Pantanal. Pobre Pantanal. Este sim merece respeito.

Para provar que o conceito é diferente, vamos falar das cidades em si só. Quantos parques Campo Grande tem? Ou melhor: procure uma área verde maior do que existe em Campo Grande. Pode procurar no Brasil inteiro e não achará a imensidão de preservação que é o Parque das Nações Indígenas, o maior do país.
Aliás, não achará outro grandioso como o Parque dos Poderes. Progresso com respeito. Este é nosso conceito.

A pergunta a ser feita é: “Porque construir mais um campo de futebol em Mato Grosso sendo que eles destroem milhares todos os anos?”. Se lá existe o chamado Verdão, sejamos racionais e nos perguntemos: “Verdão até quando?”.

Aliás, o nome verdadeiro do Estádio “Verdão” é Governador José Fragelli. Um ilustre corumbaense. Corumbá que fica em Mato Grosso do Sul. Mais um motivo da torcida Pantaneira por Campo Grande. Pois no Mato Grosso da Amazônia, a única coisa pantaneira é o nome do estádio.

Estamos a pouco mais de 100 kilometros do Pantanal, assim como a Cuiabá da Amazônia. Porém temos um trunfo: Podemos ir de avião, carro ou trem. Corumbá possui um aeroporto internacional, uma rodovia bem cuidada e uma ferrovia que liga à Campo Grande. Três modalidades de transporte. Lá só se vai de carro, ou, só faltam argumentar que há charrete também.

Portanto mesmo que fossemos mais distantes, apresentamos as melhores soluções. Ah! Quer ir pra Bonito? Pode ir de avião e pousar no Aeroporto Internacional de Bonito. São realidades do nosso estado.

Continuaremos na luta para que Campo Grande seja a escolhida. Pois o Pantanal é aqui. Como diria um amigo: “Se o avião que vai ao Mato Grosso da Amazônia tem de pousar em Campo Grande, capital do Estado do Pantanal, porque não ter a copa aqui?”. O estado do Pantanal tem uma capital, e ela se chama: Campo Grande.

(*) Gabriel B Rondon ([email protected])


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