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Geral

Coordenadora de Doadores de Medula Óssea esclarece

10 de outubro de 2008 - 08:28

Cerca de mil pessoas aguardam no Brasil por um transplante de medula óssea. Mas encontrar um doador compatível é muito difícil. Isabela Salomão, coordenadora do Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea, o Redome, esclarece algumas dúvidas sobre a doação. Doutora Isabela, para começar, o que é a medula óssea?


"A medula óssea é a parte líquida que fica dentro dos ossos. Ela produz células que são responsáveis pelas células do sangue."

Doutora, quem pode precisar de um transplante de medula óssea?


"Os pacientes que necessitam de um transplante de medula óssea são aqueles acometidos por leucemia e doenças hematológicas."

E quem são os pacientes que recebem essa doação, Doutora Isabela?


"Existe um cadastro de receptores que se chama REREME, que é o Registro de Receptores de Medula Óssea onde os médicos cadastram seus pacientes na busca de um doador."

Quem pode ser doador de medula óssea?


"Qualquer pessoa que não tenha nenhuma doença infecciosa, que tenha de 18 a 55 anos, que seja saudável, tenha acima de 50 quilos, pode doar."

Estamos conversando com Isabela Salomão, que é coordenadora do Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea, o Redome. Como é feita a doação de medula óssea?

"Existem duas maneiras: ou a pessoa pode fazer como se fosse uma doação de sangue, ela toma um medicamento para aumentar a produção de células e ela faz essa doação, ou ela faz uma punção no osso ilíaco, mas todo o procedimento é feito com anestesia. A gente nunca teve nenhum tipo de problema, as pessoas relatam, no máximo, um pequeno desconforto no dia imediato após a doação."

Doutora, e a pessoa que quiser se tornar doadora de medula óssea, o que deve fazer?


"O melhor caminho é procurar um hemocentro na cidade de origem da pessoa. Esses hemocentros são os órgãos responsáveis pela captação de doadores de medula óssea. No momento da captação, a pessoa vai ter que preencher um papel, vai ser informada primeiro de todo o processo da doação de medula óssea, vai assinar um termo de consentimento, e nesse momento também ela vai colher uma pequena amostra de sangue, que é pra fazer o teste genético que, com o resultado, a gente faz o cruzamento dos dados do receptor e do doador e, se a gente encontra um doador compatível, só, então, neste momento que o REDOME vai entrar em contato com este doador. Caso contrário, o doador fica apenas num banco de dados."

Atualmente, quantos doadores cadastrados existem no Brasil? E quantos são os pacientes na fila de espera por um transplante, Doutora Isabela?


"Hoje a gente tem mais de 800 mil doadores, mas é um número que nunca podemos dizer precisamente porque todos os dias ele muda. São mais de mil pacientes."

Doutora Isabela, qual é a importância da doação de medula óssea?


"A maior importância da gente ter um número volumoso de doadores num banco desse tipo é porque as pessoas são muito diferentes entre si. Se a gente for comparar geneticamente, pra gente achar um doador, a gente precisa, no mínimo, de 100 mil pessoas para encontrar um doador. A população brasileira é muito miscigenada, então, a gente tem uma grande dificuldade em conseguir doadores. Então, quanto maior esse número de pessoas, maior a probabilidade da gente encontrar um doador compatível para uma pessoa que necessita de um transplante."

Doutora Isabela, para finalizar a entrevista, é difícil encontrar um doador de medula óssea compatível? Quais são as chances de isso acontecer?


"É bastante difícil, a probabilidade mínima é de uma pra 100 mil pessoas, mas ela pode chegar até de uma a 100 milhões, dependendo da compatibilidade que a gente busca."

Quem quiser informações sobre a doação de medula óssea, endereços e telefones no seu Estado, pode encontrar no site do Instituto Nacional de Câncer, no endereço: www.inca.gov.br. Para quem mora no Rio de Janeiro, pode ligar diretamente para o Redome, nos telefones: zero operadora 21 2506 6103 e 3907 4100.

Reportagem, Katrine Boaventura

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