O ministro da Educação, Tarso Genro, participou ontem, 27, da cerimônia de celebração de convênios entre a Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC) e as universidades representantes de consórcios de instituições públicas de ensino superior. O evento ocorreu no edifício-sede do MEC, na Sala de Atos, em Brasília. Os secretários da Seed, Marcos Dantas, da Educação Superior, Nelson Maculan, e da Educação Básica, Francisco Chagas, também participaram do evento.


Mediante a Chamada Pública nº 01/2004, a Seed selecionou a oferta de cursos de licenciatura a distância a serem iniciados no próximo ano nas áreas de pedagogia, física, química, matemática e biologia. O edital foi voltado somente para universidades públicas. Participaram da seleção oito consórcios envolvendo 39 universidades. Serão oferecidas 17.585 vagas a partir de 2005.


O ministro classificou o projeto como de extrema importância para o País e ressaltou que os recursos já estão liberados. “Serão investidos R$ 14 milhões este ano e R$ 20 milhões no ano que vem. É extremamente significativo que isso se faça num momento de valorização do ensino público superior no País, e num momento em que nos preparamos para readequá-lo aos novos tempos. Estamos trabalhando na qualidade do ensino superior, no refinanciamento e na sua expansão.”


Marcos Dantas classificou de tragédia a falta de 250 mil professores da área de ciências exatas no País e disse ter recebido denúncias de que vários alunos têm concluído o ensino médio sem aulas de matemática ou física. “Isso é uma tragédia. Estamos matando no nascedouro a formação de futuros professores ou engenheiros. Com esse programa estamos constituindo um modelo brasileiro de organização da educação pública em nível superior a distância.”


Na opinião de Abel Rebouças São José, reitor da Universidade Estadual de Campos, localizada em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, o ensino a distância chega num momento importante para atender à grande demanda. “Educação a distância é uma nova tendência de ensino. Temos um número expressivo de jovens que, pelas condições normais, não teriam acesso ao ensino superior. O número de vagas que temos hoje disponíveis, tanto no ensino público como no privado, é ínfimo, considerando a demanda que temos no País como um todo.”


Vários reitores de instituições de ensino superior públicas, federais e estaduais, docentes e representantes da Federação dos Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) e da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) participaram da cerimônia.


Os consórcios vencedores, as áreas de atuação de cada um e os recursos destinados podem ser visualizados na página eletrônica do MEC.


Repórter: Sonia Jacinto