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Contrabando de bois traz risco de aftosa

Acrissul - 11 de janeiro de 2005 - 15:30

A recente denúncia anônima de que haveria bois contaminados com aftosa em uma fazenda localizada na divisa de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, apesar de falsa, deixou exposta a fragilidade da fiscalização de mobilidade de animais entre os dois países. A origem dos bois que foram testados contra aftosa ainda está sendo investigada, segundo Dagoberto Nogueira Filho, secretário de Estado da Produção e do Turismo de Mato Grosso do Sul.

A extensa fronteira brasileira dificulta a fiscalização e muitos produtores possuem fazendas que se alongam além das divisas.

A fazenda onde estavam os 58 bois que foram testados, por exemplo, tem sede no Brasil mas possui uma pequena extensão no País, entre 20 e 25 hectares. Sua maior parte está do lado paraguaio, mais de 1.000 hectares. Nogueira, que tem a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) sob sua tutela, informa que se for comprovado que os animais são paraguaios, eles serão abatidos mesmo com os exames laboratoriais terem revelado um resultado negativo.

O contrabando de bois entre a fronteira de Paraguai e Brasil será punido com os "rigores da lei", de acordo com Nogueira. Segundo ele, os pecuaristas que forem autuados no crime de contrabando serão multados, suas fazendas serão interditadas e poderão ser até presos.

"Todos os pecuaristas têm que contribuir para evitar o contrabando, que pode trazer para o País animais que não estejam vacinados e arruinando todo o esforço que está sendo feito para tornar o Brasil o maior exportador de carne bovina do mundo graças a sua excelência sanitária", disse.

Nogueira promete que o Iagro jogará pesado com os pecuaristas que realizarem o contrabando. "São exatamente 600 km de fronteira seca,é importante ficarmos alerta. O próprio produtor também deve fazer o seu papel para que assim possamos evitar situações como essa", explica.

A suspeita de foco de aftosa em Paranhos deve ser vista como motivo para que se melhore os controles sobre a mobilidade de gado na fronteira entre Brasil e Paraguai, evitando o contrabando de animais. A afirmação foi feita por Pedro Camargo Neto, pecuarista, ex-presidente do Fundepec e atual presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).

Camargo espera que, se for comprovado que o gado foi contrabandeado, que o proprietário da fazenda em Paranhos seja punido. "Não é porque felizmente o resultado do exame deu negativo que devemos esquecer esta história", disse. Segundo ele, é preciso colocar a Policia Federal, Receita Federal e Estadual para averiguar este e outros casos.

"Febre aftosa se transmite basicamente pela movimentação de animais, que é uma conseqüência do comércio. O comércio ilegal é o principal vetor de transmissão pois no comércio legal os controles sanitários são usualmente respeitados. É essencial inibir o comércio ilegal", alerta.

Fonte: Ag. Estado


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