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Consumo aumentará e preço da luz deve quadruplicar

Flávia Albuquerque/ABr - 03 de fevereiro de 2007 - 09:04

O consumo de energia primária do Brasil deverá crescer 86% até 2050, passando de 40.090 gigawatts atuais para 74.650 gigawatts, e o preço da eletricidade deverá quadruplicar. É o que prevê um estudo divulgado hoje (2), em São Paulo, pelo Greenpeace, que propõe uma "revolução energética" para evitar isso e para diminuir a produção de “energia suja” que contribui para aumentar o aquecimento global. De acordo com o estudo do Greenpeace, é possível eliminar as fontes sujas de energia da matriz energética do país com investimentos e políticas públicas de apoio a energias renováveis como a biomassa e a energia eólica.

O relatório chamado de "Revolução Energética - Brasil" mostra três cenários diferentes para o Brasil no ano de 2.050. O primeiro, chamado de cenário de Referência, tem dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) ligada ao ministério de Minas e Energia, o segundo é o cenário Intermediário, elaborado em parceria pelo Greenpeace e o Grupo de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da Universidade de São Paulo (Gepea Poli-USP), e o terceiro é o cenário de "revolução energética". A proposta será encaminhada a todos os ministros do governo e ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, a formadores de opinião, empresários.

Segundo o diretor de campanhas do Greenpeace, Marcelo Furtado, o relatório mostra que o Brasil pode produzir metade da energia que o governo estaria gerando em 2050 de forma mais barata, eficiente e com participação de 89% das energias limpas na matriz energética do país. “Então se tem energia limpa e barata para um país que quer crescer sustentavelmente”. No cenário ideal do estudo, a matriz energética do país ficaria dividida em 38% hidrelétrica, 26% biomassa (rejeitos agrícolas e de madeira, cana-de-açúcar, lixo), 20% eólica, 12% gás natural e 4% fotovoltaica.

De acordo com Furtado, se a "revolução energética" for implantada o país poderá gerar metade do que o cenário governamental prevê e ainda economizar energia. “Isso significa que do ponto de vista econômico o modelo aponta o custo anual da matriz energética brasileira na faixa de R$ 530 bilhões em 2050 e nós estaríamos gerando energia com um custo anual de R$ 350 bilhões". Furtado explicou que a economia de R$ 180 bilhões resulta de práticas de eficiência energética e do custo menor da energia limpa.

O estudo da entidade foi divulgado hoje (2), no mesmo dia em que saiu o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) em Paris. Segundo ele, a Terra vai se tornar mais quente até o ano de 2100, o que significa aumento do nível do mar e catástrofes naturais mais intensas. “A emissão de gases de efeito estufa nas taxas atuais ou maiores têm 90% de chance de causar aquecimento global e alterações climáticas durante o século 21 maiores do que aquelas observadas no século 20”, registra.



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