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Constipação intestinal em crianças

Quemcoruja.com.br - 08 de setembro de 2016 - 09:00

O intervalo entre as evacuações varia com a idade. De acordo com Mauro Batista de Morais, presidente do departamento de Gastroenterologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, na idade escolar, na adolescência e nos adultos, o mais comum é que as idas ao banheiro ocorram de uma a duas vezes por dia, sem dor ou dificuldade, e que as fezes eliminadas sejam pastosas. Já no recém-nascido, o padrão é diferente. É muito raro um lactente em aleitamento natural exclusivo apresentar constipação intestinal.

- Nas primeiras semanas de vida, a cada mamada, pode ocorrer uma evacuação. Ou seja, cerca de oito vezes por dia. E, nesse caso, as fezes podem ser eliminadas de forma explosiva, na cor amarelo ouro. Algumas vezes elas podem ficar esverdeadas, mas isto não indica nenhum tipo de doença. No entanto, cerca de 5% dos lactentes em aleitamento natural exclusivo podem apresentar evacuações em intervalos superiores a dois dias. Podem ficar até uma semana ou mais sem evacuar. Mas, se as fezes eliminadas forem amolecidas na forma de pasta e o lactente não apresentar outros sintomas (vômitos, distensão do abdome, irritabilidade, dificuldade para se alimentar) corresponde ao que chamamos de pseudoconstipação intestinal. Ou seja, um padrão evacuatório normal para a idade neste tipo de alimentação. Muitas vezes, este ritmo é confundido com constipação intestinal – explica o médico, lembrando que não é constipação se o cocô for mole.

Segundo o médico, a prisão de ventre aparece quando são introduzidos alimentos diferentes do leite materno na alimentação do bebê. É nesta fase que a criança passa a apresentar fezes duras, eliminadas com esforço e/ou dor, e que podem surgir manobras para evitar a evacuação.

- Esse comportamento de retenção é mais facilmente reconhecido a partir da idade de 1 a 2 anos de idade. O problema é que assim, forma-se um círculo vicioso de dor provocando retenção, que leva a maior endurecimento das fezes e dor mais intensa, perpetuando o comportamento de retenção. Estas manifestações muitas vezes se estendem por meses ou anos e, nem sempre, os pais informam os médicos sobre o problema.

Com o passar do tempo podem surgir complicações como incapacidade para aquisição do controle esfincteriano, voltar a apresentar perdas de fezes na roupa após ter saído das fraldas, dor abdominal, problemas urinários e também na esfera emocional, alerta o médico. Daí a importância de observar o comportamento da criança e ajudar a corrigir o problema.

- O sinal de que algo não vai bem são as fezes endurecidas, com grande calibre ou na forma de pequenas bolinhas, que são eliminadas com dor ou dificuldade. Nesta etapa devem ser corrigidos os erros alimentares e aumentar a oferta de alimentos ricos em fibra alimentar, além de estimular maior consumo de líquidos. Entretanto, muitas vezes, a família somente valoriza o problema quando ocorrem evacuações após longos intervalos, que muitas vezes entopem o vaso sanitário, ou quando há perda involuntária de fezes na roupa, ou dor abdominal.

Nesses casos, a recomendação é que a criança seja avaliada pelo médico, que vai indicar as medidas necessárias, de forma individualizada. A avaliação é importante também para que sejam identificadas outras causas de constipação intestinal que exigem outras formas de tratamento. São muitas as doenças que podem provocar prisão de ventre na criança como problemas cirúrgicos, alergias alimentares, uso crônico de determinados medicamentos, entre outros.

- Mais de 90% dos casos de constipação intestinal na infância são de natureza funcional. Muitas vezes é preciso apenas reeducar a criança para o uso do banheiro, além de cuidados com alimentação. E, em alguns casos, o uso de medicamentos poderá ser indicado. A duração do tratamento é variável, mas pode se estender por meses.

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