O Conselho Nacional de Combate à Discriminação, vinculado à Secretaria Especial de Direitos Humanos, vai abordar, com palestras e ações em hospitais, escolas, batalhões da Polícia Militar e ruas do Rio, questões relacionadas aos travestis como identidade, direitos, saúde e educação. Coordenada pela representante do Centro de Referência contra a Discriminação e Violência ao Homossexual do estado, Ione Lindgren, a campanha se baseia em duas cartilhas e um cartaz produzido pelo Ministério da Saúde e repassado aos estados em fevereiro.

Segundo Ione Lingren, os estados não entenderam qual era a função do material e não fizeram a distribuição para os profissionais de cada setor. “O meu objetivo é ver esse material em postos de saúde, nas escolas, pelo menos no serviço público em geral, e que os nossos travestis possam saber dos direitos deles, que são normalmente muito violados", afirmou.

O Centro de Referência Contra a Discriminação e Violência ao Homossexual recebe denúncias de agressões e maus tratos pelo Disque Defesa Homossexual (3399-1303 e 3399–1310). Segundo Ione Lindgren, a mais freqüente é a falta de respeito à identidade de gênero assumida pelos travestis. ”Porque se ele se comporta como uma mulher e se veste como uma mulher, ou se comporta como homem e se veste como homem, não adianta as pessoas estarem chamando de ele ou ela, pegando documento para chamar pelo nome masculino ou feminino, porque a identidade de gênero passa muito longe de um documento”.

O material distribuído tem o objetivo ainda de evitar que travestis não sejam bem tratados em postos de saúde e que deixem de freqüentar escolas, aumentando a evasão escolar.