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Conheça o novo técnico da Seleção Brasileira

CBF News - 25 de julho de 2006 - 08:05

Dunga, o novo treinador, tem uma longa história de identificação com a Seleção Brasileira desde os tempos de jogador. Foram 116 jogos, onze gols marcados e três Copas do Mundo disputadas, 1990, 1994 e 1998.

Carlos Caetano Bledorn Verri, gaúcho de Ijuí, era o capitão da Seleção que conquistou o tetracampeonato mundial nos Estados Unidos. Além da Copa do Mundo, o técnico da Seleção Brasileira venceu a Copa América duas vezes (1989 e 1997), a Taça Stanley Rous (1987) e a Copa das Confederações (1997).


Vinte e quatro anos depois da conquista do tricampeonato, um capitão da Seleção Brasileira voltaria a comemorar um título mundial erguendo, orgulhoso, a então Taça Fifa - o Brasil era tetracampeão do mundo. Na Tribuna de Honra do Estádio Rose Bowl, em Pasadena, após o jogo final contra a Itália, no dia 17 de julho de 1994, o capitão Dunga acertava também as contas com o passado recente, em que fora vítima das mais contundentes críticas que um jogador de futebol recebeu na carreira.

A eliminação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo da Itália, em 1990, nas quartas-de-final, derrotada pela Argentina por 1 a 0, parecia destinada a ficar para sempre associada ao fracasso de uma geração - a Era Dunga. Com a emoção extravazando, a taça nas mãos, Dunga gritava que o Brasil era novamente o melhor futebol do mundo. No seu caso, a justiça também havia sido feita.

- Naquele momento, a gente não pensa em nada direito, vem tudo à mente ao mesmo tempo. Mas é claro que me lembrei do que tinha passado até chegar ali - conta.

Líder como poucos, obstinado, o gaúcho Carlos Caetano Bledorn Verri, o Dunga revelado no Internacional, foi também o capitão da garra e da superação. Poucos conseguiram encarnar à perfeição como ele o espírito de vencedor que deve ter um jogador de Seleção Brasileira quando entra em campo para disputar uma Copa do Mundo. Dunga e o time do Mundial de 1994, nos Estados Unidos, sabiam o que queriam.

- Aquele foi um momento e uma Seleção especiais. Jogadores, comissão técnica, dirigentes, havia um grupo que se fechou em busca de um objetivo. Sabíamos que poderíamos ser tetracampeões do mundo e conseguimos. Mas não foi fácil. Se a gente perde aquela a decisão contra a Itália, os críticos iriam cair em cima - diz.

O capitão Dunga, então, seria o alvo apropriado para uma nova carga, e pesada, de críticas. Ele não sairia incólume de mais uma frustração em Copa do Mundo, ainda mais vinda em um jogo final. Por isso mesmo, não se esquece de quando pegou a bola para executar a sua cobrança de pênalti - foi o último jogador brasileiro a bater. Depois, Roberto Baggio chutou para fora e o Brasil ficou com o tetra.

- Quando bola entrou, aí sim, senti que tira tirado um enorme peso das costas. Porque, seu eu perco o pênalti e a Seleção perde o título, estava liquidado. Não poderia voltar para o Brasil - diz.

Dunga sabe que seria crucificado. Como foi em 1990, quando a Seleção Brasileira dirigida por Sebastião Lazzaroni voltou para casa mais cedo, despachada pelo gol de Canigigia, na Copa da Itália.

- Em 1990, precisavam de um culpado. Eu fui o escolhido. Foi isso o que aconteceu - resume o jogador.

Dunga sabia o quanto aquilo era injusto. Mas não guardou mágoa. Nem tinha tempo para isso. Valente dentro de campo, objetivo, com vários títulos no currículo, reuniu todas as forças para buscar o tetracampeonato.

- Se ficasse preso ao passado, preocupado com as críticas, era melhor ter parado de jogar. Sabia que os críticos estavam errados, tinha certeza do meu valor, só que não adiantava falar, tinha de mostrar isso dentro de campo. E numa Copa do Mundo, que é um torneio em que não se pode errar - lembra.

A Seleção Brasileira de 1994 tinha, entre outros méritos, exatamente o e não dar margem ao erro. Carlos Alberto Parreira armou um esquema tático em que a prioridade na marcação tornou o time difícil de ser derrotado. Isso, aliado, à qualidade técnica no ataque, a deixava muito perto das vitórias. Foi com essa filosofia que o Brasil conquistou o tetracampeonato com um futebol que até hoje alguns teimam em diminuir.

- Não dá para entender quando dizem que a Seleção de 94 jogava feio. Isso não existe no futebol, que é uma coisa muito mais simples que as pessoas imaginam, não tem segredos - diz, para completar.

- Um time para ser campeão tem que, primeiro, ficar com a bola. Por isso marcávamos tão forte. Com a posse da bola, aí sim, pode-se jogar bonito, mas com objetividade, para decidir, como aquele time fazia - diz.

Com uma carreira tão bem-sucedida, a biografia de Dunga merece ser ocupada apenas pelas muitas vitórias e títulos que conquistou. Uma carreira que fez dele um profissional que serve como exemplo para companheiros do tempo de jogador e para gerações futuras. A dimensão da sua importância pode, inclusive, ser bem resumida com uma declaração feita recentemente por Romário.

- Se aquela Seleção de 94 não tivesse o Dunga, acho que não seríamos tetracampeões.

Carlos Alberto Parreira, o treinador do tetra, também já deu seu depoimento sobre como Dunga foi decisivo na trajetória do tetracampeonato. Admirador do futebol do capitão, Parreira ressalta no jogador características que sempre lhe foram negadas - possuía precisão no passe, tinha um futebol feito igualmente de técnica

- A justiça ao Dunga já foi feita. Ele foi um dos jogadores mais importantes que já passaram pela Seleção Brasileira - diz.


Carlos Caetano Bledorn Verri
Nascimento: 31/10/1963 - Ijuí (RS).
Seleção Brasileira: 116 jogos e 11 gols (1987 a 1998).
Copa do Mundo: (1990 - Itália); (1994 - Estados Unidos); (1998 - França).
Títulos pela Seleção Brasileira: Copa do Mundo (1994); Copa América (1989, 1997), Taça Stanley Rous (1987), Copa das Confederações (1997).
Outros clubes: Internacional (RS) (1983 a 1984 e 1999); Corinthians (SP) (1984 a 1985); Santos (SP) (1986); Vasco da Gama (1987) Pisa (ITA) (1987 a 1988); Fiorentina (ITA) (1988 a 1992); Pescara (ITA) (1992 a 1993); Stuttgart (ALE) (1993 a 1995); Jubilo Iwata (JAP) (1995 a 1998).
Outros títulos: Campeonato Gaúcho (1983, 1984); Campeonato Estadual (RJ) (1987); Taça Guanabara (1987); Torneio Copa de Ouro (1987), Campeonato Japonês (1997).

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