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Confira os mitos e verdades da Doença de Alzheimer

Antônio Eduardo Damin* - 11 de setembro de 2014 - 07:00

Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABraz), mais de 35 milhões de pessoas têm Doença de Alzheimer no mundo. Só o Brasil detém cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico. Esta enfermidade atinge principalmente idosos a partir dos 55 anos de idade e entre os sintomas estão a perda de funções cognitivas, como memória, orientação, atenção e linguagem, que podem ocasionar dificuldade para realização de atividades da vida diária. A doença ainda é marcada pela falta de conhecimento pela crença de que alguns sintomas são naturais do processo do envelhecimento.

O neurologista Antônio Eduardo Damin, especializado em Neurologia Cognitiva e Comportamental pelo Hospital das Clínicas da FMUSP, esclarece alguns mitos e verdades sobre a doença. O médico já participou com artigos para a Revista Ao Seu Lado, uma parceria da ABRAZ (Associação Brasileira de Alzheimer) com a Libbs Farmacêutica, entregue nos consultórios médicos. A publicação aborda temas como a prevenção da Doença de Alzheimer, além de exercícios para melhorar a mobilidade dos portadores da doença e os desafios dos cuidadores. Confira:

1. O primeiro sintoma do Alzheimer é sempre a perda da memória.

MITO: apesar de ser o sintoma inicial mais comum, nem sempre a perda da memória é o sintoma que sinaliza o início da doença. Em algumas pessoas os sintomas iniciais da Doença de Alzheimer podem ser desorientação no tempo e espaço, dificuldade de linguagem , dificuldade para planejar ou resolver problemas mais complexos ou mesmo realizar tarefas corriqueiras, alterações de humor e comportamento dentre outras .

2. Esquecer as coisas significa ter a Doença de Alzheimer
MITO. Problemas de memória podem estar relacionados a diversos fatores, como outras demências ou até mesmo estresse, ansiedade e depressão. Outras causas de esquecimento podem ser associadas a distúrbios do sono ou uso de medicamentos que afetem a memória. A doença de Alzheimer, em fases iniciais atinge a capacidade de guardar novas memórias e as mais recentes, enquanto memória de fatos acontecidos há mais tempo (como na infância) são preservadas. As pessoas afetadas pela Doença de Alzheimer possuem um quadro progressivo de dificuldade de memória.

3. Quem tem Alzheimer não consegue compreender o que se passa ao seu redor.

MITO: o portador desta doença se mantém consciente do que está acontecendo ao seu redor, apesar das dificuldades de memória e dos outros sintomas. Apenas nos estágios avançados isso pode mudar. O importante é não tratar o idoso com Alzheimer de forma infantilizada. Deve-se preservar seu papel e espaço nas relações familiares.

4. Jogos de raciocínio, como palavras cruzadas e sudoku, ajudam a evitar a doença.

MITO: esse tipo de jogos de raciocínio podem amenizar os sintomas e até ajudar no tratamento. Porém, sua prática não evita que uma pessoa desenvolva ou interrompa a evolução da doença.

5. Praticar atividade física é importante para pessoas com Alzheimer.

VERDADE: exercitar-se pode retardar a manifestação da doença, assim como amenizar seus sintomas, além de melhorar a qualidade de vida do cuidador e paciente. Se o paciente não possui contraindicação à prática de alguma atividade física, esta deve ser incentivada e o sedentarismo evitado. Mesmo em pessoas que não possuem a doença, há estudos sugerindo que a prática regular de atividade física pode contribuir para a prevenção da doença de Alzheimer no futuro.

6. A Doença de Alzheimer não tem cura.

VERDADE: infelizmente a doença não tem cura após seu estabelecimento. Porém, existem tratamentos que retardam sua evolução e outros que minimizam os distúrbios cognitivos, do humor e do comportamento. Alguns medicamentos podem tornar o processo mais demorado ou atacar problemas paralelos da doença, como insônia ou agitação.

7. Cuidadores e familiares também precisam de cuidado para conviverem com a doença.

VERDADE: a Doença de Alzheimer exige tanto das pessoas que cuidam dos pacientes que é preciso que elas mantenham-se física e psicologicamente saudáveis para dar conta de uma situação que gera extremo estresse. Tratar do portador de Alzheimer é também cuidar de quem está em torno dele. É importante participar de grupos de apoio, aprender a lidar com a culpa, cansaço, angústia, além de mudanças na rotina e cuidados com o paciente.

*Neurologista Antônio Eduardo Damin, com especialização em Neurologia Cognitiva e Comportamental pelo Hospital das Clínicas da FMUSP

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