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Comunicado - Frigoríficos de MS não estão fechados

Fabiane Sato - 27 de junho de 2008 - 20:40

Notícias de fechamento de frigoríficos situados em Mato Grosso do Sul, têm sido veiculadas nos últimos dias. Por razões administrativas, a única unidade que não está abatendo, no estado, é a do frigorífico Independência, em Campo Grande.

Tivemos o ajuste do salário mínimo do trabalhador rural, que teve um acréscimo de 12%, e também o aumento de preço de fertilizantes, que foi de cerca de 50%. Em 2003, o adubo 042020 custava R$960 a tonelada, hoje, o mesmo produto é cotado a R$1.460. Não podemos nos esquecer dos últimos quatro anos, quando o produtor operou no vermelho, com a arroba chegando a R$43,64 (à vista) em junho de 2006.

Neste momento, em que estamos nos recuperando, nos deparamos com essa situação de fechamento da indústria, a qual é vista, por nós produtores, como uma manobra especulativa.

Me smo quando a atividade pecuária está em baixa, não podemos “nos dar ao luxo” de deixar de lado nossa produção, fechar a propriedade e dar férias coletivas aos trabalhadores. Nesse caso correríamos o risco de ter nossas propriedades rurais consideradas improdutivas, por não atingirem o índice mínimo (de produtividade) estipulado pelo Incra, tornado-se passíveis de desapropriação pelo Governo Federal ou de invasões pelos movimentos sociais.

Os pecuaristas de Mato Grosso do Sul foram seriamente penalizados e continuam sendo alijados do processo produtivo. Além do período de “vacas magras”, quando fomos obrigados a vender parte de nossas matrizes, tivemos barreiras sanitárias e absorvemos prejuízos advindos com a ocorrência dos focos de aftosa em 2005 e 2006.

É notório que o abate de matrizes, nesses últimos quatro anos, prejudicou o rebanho de MS, provocando redução do número de animais no estado e causando dificuldades de reposição. Tudo isso refletiu na falta de animais para o abate. Os produtores não estão segu! rando o boi no pasto para aumentar o preço, como enfatizam algumas matérias. As perdas das matrizes foram as responsáveis pela atual escassez do rebanho.

Reconhecemos que os frigoríficos são peças fundamentais para a pecuária de corte, mas não é justificável tal manobra. Em plena entressafra, num período de recuperação da atividade para os produtores rurais, quando os preços dos alimentos e dos produtos agrícolas sinalizam aumento em todo o mundo, não é aceitável nos depararmos com preços negativos e com estratégias perniciosas como a publicação de matérias especulativas.



Autor: FAMASUL, Acrissul e Sindicatos Rurais

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