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Companhia é incentivo comprovado para fazer exercícios

Educação Física.org - 25 de julho de 2016 - 11:00

Convidar um amigo ou parente para fazer exercícios físicos em conjunto é uma motivação a mais para quem quer começar a fazer ginástica. O benefício foi comprovado por um estudo realizado no Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte (OSUBH) da Faculdade de Medicina da UFMG, coordenado pelos professores Waleska Caiaffa e Fernando Proietti, do programa de pós-graduação em Saúde Pública. A pesquisa revela que ter uma companhia para a prática de atividades físicas pode dobrar as chances de manter o hábito e melhorar a qualidade de vida.

A pesquisa classificou adultos com idades entre 18 e 69 anos das regiões Oeste e Barreiro, em Belo Horizonte, em três grupos: inativos, insuficientemente ativos e ativos.

Os 3.454 participantes responderam a um questionário padrão com perguntas sobre estilo de vida, que incluiu especialmente questões sobre a prática de atividade física: tempo, frequência e intensidade. Adicionalmente, foram feitas perguntas sobre o incentivo recebido para exercitar-se, a disponibilidade e o compromisso de pessoas próximas em fazer companhia aos entrevistados durante estas práticas.

“Nós identificamos que as pessoas que recebem incentivos de parentes e amigos para fazer exercícios físicos têm mais chance de manterem-se ativas. A motivação também é maior quando essas pessoas têm companhia para praticar as atividades físicas. Quem recebe esse tipo de suporte social multiplica em 2,64 vezes as chances de atingir ou manter-se nos níveis de atividade física recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”, afirma a nutricionista Janaína Goston, uma das autoras do estudo que analisou a interferência social no estímulo à pratica de atividades físicas.

“As taxas de sedentarismo reveladas pela pesquisa são alarmantes. Os entrevistados classificados como inativos somaram 60,3% do total de participantes, ou seja, 2.083 pessoas disseram que nunca praticam mais de 10 minutos consecutivos de qualquer tipo de atividade física. Descobrimos que este grupo representa 77,1% das 666 pessoas que não recebem qualquer tipo de incentivo para se exercitar. Já entre os 760 mais motivados socialmente, os sedentários correspondem a um número menor, 51,7%”, relata.

A pesquisadora avalia que o percentual de entrevistados que praticam exercícios nos níveis recomendados ainda é baixo. “A OMS preconiza que, para promover benefícios à saúde, são necessários ao menos 150 minutos por semana que podem ser distribuídos, por exemplo, em 30 minutos diários de atividades físicas, cinco vezes por semana, Apenas 577 participantes (16,7%) afirmaram praticar atividades físicas com esta regularidade”, explica a pesquisadora.

Mapeando mudanças possíveis

Além da influência do suporte social para os exercícios físicos, o OSUBH pesquisa outras questões relacionadas ao contexto urbano, que podem influenciar a prática de atividades físicas. Entre elas, destacam-se a presença de espaço físico adequado e motivador à prática, como parques ou praças, segurança na vizinhança, presença de passeios, calçadas e iluminação apropriada que podem ser facilitadores para a prática.

“Vários desses estudos voltados à promoção da saúde estão sendo desenvolvidos por nosso grupo de pesquisadores, de forma a possibilitar melhorias contínuas na cidade. Um bom exemplo disso é o programa das Academias da Cidade: espaços populares para prática de exercícios físicos, que estão sendo instalados em várias regionais de BH com fins de promoção da saúde entre jovens, adultos e principalmente os idosos”, afirma Janaína Goston. De acordo com a pesquisadora, o programa irá ajudar a prevenção de uma série de doenças crônicas na população, como obesidade, hipertensão e diabetes.

“Há fatores de risco, como o sedentarismo, a má alimentação e o tabagismo, que podem ser modificados a partir de mudanças no comportamento das pessoas. O Observatório de Saúde Urbana da Faculdade de Medicina da UFMG busca investigar como o contexto social, ambiental e biológico de pessoas vivendo em grandes centros urbanos pode influenciar a saúde, e o quanto o processo de urbanização pode impactar na qualidade de vida das pessoas”, conclui Janaína Goston.

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