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Como ajudar alguém durante uma crise epilética?

Drauzio Varella - 15 de maio de 2016 - 07:45

A epilepsia é um distúrbio neurológico caracterizado por crises convulsivas recorrentes, geradas por uma atividade elétrica anormal das células cerebrais. As crises epilépticas podem ser de vários tipos, dependendo da área do cérebro afetada.

A maioria dos indivíduos que sofrem de crises epilépticas é capaz de trabalhar e levar uma vida normal. Apesar disso, a epilepsia ainda é muito estigmatizada e traz consequências para o dia a dia dos pacientes, tanto no aspecto profissional quanto social, principalmente para quem tem crises mais graves e frequentes.

Para impedir as crises de epilepsia, é extremamente importante seguir o tratamento e não abandoná-lo. Em geral, este inclui apenas uma medicação diária, que é fornecida pelo Ministério da Saúde ou pela Unidade Básica de Saúde, e acompanhamento médico regular.

Segundo a médica neurologista e neurofisiologista do Hospital Santa Paula (SP), Luciana Rodrigues De Marchi, uma vez diagnosticada a epilepsia, inicia-se o tratamento, que costuma trazer resultados satisfatórios em até 70% dos casos. “Os outros 30% são chamados de epilepsia refratária, que só são tratados por meio de cirurgia, dieta cetogênica (pouco carboidratos) e neuromodulação (com ondas eletromagnéticas)”, explica a médica.

A seguir, veja algumas orientações sobre como ajudar uma pessoa durante uma crise convulsiva:

1. Coloque-a deitada e retire de perto objetos que possam lhe machucar. A área ao seu redor deve ficar livre.

2. Não impeça seus movimentos. Não a segure, não lhe dê tapas nem jogue água ou qualquer outra substância líquida.

3. Proteja-lhe a cabeça para que ela não bata no assoalho com os movimentos. Para isso, basta colocar um objeto macio embaixo da cabeça, como uma almofada, para impedir que a pessoa se machuque.

4. Não insira nenhum objeto na boca da pessoa, pois isso pode feri-la ou aumentar o risco de aspiração de líquidos, como saliva.

5. Levante seu queixo para facilitar a passagem de ar e vire-a de lado, para que ela não aspire saliva ou vômito. A região da boca deve permanecer seca para facilitar a entrada de ar e evitar a aspiração de líquidos pelas vias aéreas. A epilepsia não é transmissível, portanto não há problema em limpar a região oral.

6. Afrouxe-lhe as roupas.

7. Atenção: crises com duração maior que cinco minutos devem ser tratadas como emergência médica, assim como as que se repetem em um intervalo de cinco minutos sem que a pessoa recupere a consciência. Isso pode acontecer na primeira manifestação da doença, quando o paciente abandona o tratamento ou mesmo quando faz uso regular das medicações, ou ainda como complicação de alguma outra doença associada, como uma infecção, por exemplo. Nesses casos, chame uma ambulância.

8. Não tente proteger a língua da pessoa, pois ela poderá mordê-lo ou se machucar. A crença popular de que é possível enrolar e engolir a língua durante a crise não tem fundamento. A língua é um músculo e, como os demais, também se contrai durante a crise. O máximo que poderá acontecer é o paciente mordê-la e feri-la, mas ela cicatrizará normalmente depois

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