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Como a tecnologia mudou a maternidade

UOL - 31 de outubro de 2015 - 17:00

O avanço tecnológico está transformando a sociedade como um todo: de mercados financeiros à medicina, dos relacionamentos à forma de se ensinar nas escolas. Esse turbilhão de mudanças atinge também a forma como as mulheres exercem a maternidade. As mães de hoje cuidam de seus filhos de maneiras que supreenderiam suas avós e bisavós – e, muitas vezes, surpreendem suas próprias mães.

Poder contar com os novos recursos tecnológicos ajuda a cumprir tantos papéis que hoje se exige da mulher, mas também traz alguns efeitos colaterais. Se é verdade que se tornar mãe sempre pareceu desenvolver impressionantes habilidades de fazer várias coisas ao mesmo tempo, com a tecnologia móvel, as mães estão sendo levadas a um novo patamar de capacidades multitarefas.

“A tecnologia dá mais conhecimento, mas também nos deixa mais aceleradas. Mas é verdade que nos tornamos capazes de fazer mais coisas”, admite a analista de sistemas Érica Cruz, mãe de Milena, de 4 anos. “Mesmo com as facilidades, chego no fim de semana estressada. Acabamos assumindo mais tarefas do que deveríamos”, avalia Camila Tessler, analista de marketing, mãe de Gabriela e Pedro, 8 e 3 anos, respectivamente. A própria Camila admite: a culpa não é da tecnologia, mas do uso que fazemos dela.

Para o bem ou para o mal, listamos 9 formas como a tecnologia mudou a maternidade.

1. Cada momento pode ser registrado

Quantas fotos você tirou no primeiro ano do seu filho? Com celulares sempre à mão, qualquer sorriso ou gracinha pode ser registrado – e a vontade de colocar a cria no foco das lentes é irresistível. “Tenho muitas fotos no meu primeiro ano, porque sou filha única, mas ainda assim não se compara ao que tenho de fotos da Milena”, afirma Érica. Com tantas imagens digitais, o desafio da mãe atual é selecionar apenas algumas para transformá-las em papel e manter todo o restante do arquivo em ordem. “Outro dia meu pai achou um celular velho meu, e tinha um vídeo lindo, que só tenho lá. O difícil mesmo é administrar tantos registros”, observa.

2. Parentes se “encontram” virtualmente

Há duas gerações, se alguém morava longe ou precisava viajar, as notícias da família vinham mesmo por carta. Com a popularização da telefonia fixa na década de 80, ao menos as pessoas podiam ouvir a voz uma das outras, mas ainda não era uma situação ideal, pois a conta poderia sair cara. Mas aí a internet encurtou as distâncias e todo mundo pode ver e falar por horas com quem quiser, onde a pessoa estiver. “Meu marido viaja bastante a trabalho e recentemente precisou ficar 20 dias fora do país. As crianças sentem muito a ausência e vê-lo pela internet deu um conforto”, relata Camila Tessler.

3. Fazemos consultas imediatas

Como melhorar as cólicas de bebês? O que fazer para aliviar a coceira de picada de inseto de forma natural? Será que esse comportamento é normal? Ser mãe é ter dúvidas o tempo todo. Antes, mulheres tinham de recorrer à experiência das gerações anteriores. Agora, para todo tipo de inquietação, podem encontrar respostas em sites sobre maternidade, em fóruns de discussão, em grupos de WhatsApp. “Usei muito um grupo de mães no Facebook na hora de contratar a babá: peguei indicações de agências, dicas sobre o que perguntar”, conta a designer Marina Pinto, mãe de Alexandre, de 10 meses. Virtualmente, a solidariedade materna ganha outra proporção, com mães desconhecidas ajudando umas às outras.

4. Acompanhamos a vida das amigas

Quando os filhos chegam, demandam um tempo que as mães nem sabiam que teriam. Logo, algumas atividades da vida anterior acabam comprometidas, como dormir e sair com as amigas (diz a lenda que algumas mães conseguem manter a vida social ativa). Mas graças às redes sociais, você pode saber de tudo: quem foi viajar, quem se mudou, quem trocou de emprego.... "Eu adicionei muitos conhecidos no Facebook, porque era uma forma de eu ver o que estava acontecendo no mundo. Mas dá uma mistura de sentimentos porque, de um lado, eu ficava feliz, mas às vezes também bate uma tristeza por não poder viajar como minhas amigas estavam fazendo", exemplifica Camila.

5. Existe um app para (quase) tudo

Precisa de “barulhos brancos” para ajudar o bebezinho a dormir? Tem! Seu filho ficou doente e você não pode se esquecer do antibiótico? Só colocar o que o médico receitou no programinha do celular. Quer um aplicativo para contar horário e tempo de mamadas? Tem também - e dá para registrar e acompanhar situações como troca de fraldas, horas de sono, o crescimento em altura e peso etc. Mas, às vezes, ter tantos dados mais atrapalha que ajuda. “Logo que o Alexandre nasceu, eu não começava a dar de mamar se o celular não estivesse do meu lado para marcar. Nem sabia qual lado tinha colocado na mamada anterior - mas estava lá registrado - e controlava quando tempo ele ficava no peito. Quando fui num grupo de amamentação, me recomendaram parar, porque eu acabava ficando muito preocupada com isso”, conta Marina.

6. Fase dos porquês sem dramas

Na geração passada, ter uma coleção de 20 volumes enormes de uma enciclopédia era item quase obrigatório para trabalhos escolares - e para saciar a curiosidade infantil. Atualmente, todas as respostas estão na palma da mão. “Quando a Gabriela tem alguma dúvida, já chega dizendo para mim: ‘Mãe, tem que procurar isso no Google’”, conta Camila.

7. Podemos fazer compras online

Se ainda não faz, faça! Pode ser um vestido para você, as compras do mês no supermercado, as fraldas em promoções incríveis, presentes para os aniversários, os livros que lê para o seu filho antes de dormir. O e-commerce poupa muito tempo e também dinheiro, porque você faz pesquisa de preço entrando em vários sites simultaneamente. “Em vez de ir a shopping, fiz muita compra pelo eBay. Compro sempre também remédios e mando entregar em casa; é muito prático”, relata Érica Cruz. O lado ruim é que você vai receber por e-mail as mais tentadoras ofertas - e, para comprar por impulso na internet, basta um clique.

8. Aprendemos com tutoriais na web

Dá para aprender de tudo com vídeos tutoriais na internet. De como preparar papinhas e fazer lembrancinhas de aniversários até situações mais básicas, como trocar fralda de menino sem correr o risco de levar um banho de xixi. “Assisti no YouTube a muitos vídeos de posições para amamentar e arrotar, porque o Alexandre demorava muito e ficava bastante inquieto. É bem melhor do que ler a descrição em um livro: no vídeo você vê na prática e fica mais fácil de imitar”, argumenta Marina. Agora que o aniversário de 1 ano do filho se aproxima, é na internet que ela está buscando dicas e tutoriais de decoração.

9. Mesmo a distância, acompanhamos os filhos

Para as crianças mais velhas, beirando a adolescência, o celular é um verdadeiro aquietador de corações maternos - e "ai" dos filhos se não responderem logo as mensagens das mães! Mas desde cedo a tecnologia permite que se monitore a vida do filho, da babá eletrônica às câmeras em casa e na escola. “Quando a Milena entrou na escola, minha rotina de trabalho passou a começar com eu me logando no site da escola, como primeira atividade do dia”, lembra Érica Cruz. Apesar de a possibilidade de monitoramento tranquilizar muitas mães, há psicólogos e educadores que questionam se tanto controle não tem efeitos negativos a longo prazo, como tolher a independência dos mais jovens. Mas só uma espiadinha de vez em quando, tudo bem, né?

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