A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Mensalão ouvirá, nesta terça-feira (13), a partir das 11h30, o ex-presidente do PT José Genoíno. Na quarta-feira (14), também às 11h30, será a vez do ex-assessor da liderança do PP na Câmara João Cláudio Genú e do deputado Pedro Corrêa (PP-PE).

A CPI também pretende apresentar, ainda nesta semana, um relatório parcial do cruzamento de informações contidas nos documentos que recebeu da Receita Federal, das companhias telefônicas, do Banco do Brasil, do Banco Central e de outros bancos privados, como o Rural e o BMG. Os documentos referem-se à quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico já aprovados pela CPI, inclusive de 11 fundos de pensão.

Os sub-relatores da comissão, senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA) e deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP), têm trabalhado com a equipe de consultores do Tribunal de Contas da União (TCU), do Banco Central e do próprio Senado para montar um banco de dados consistente desses documentos. Eles buscam um cruzamento de informações que leve a conclusões concretas.

O relator da CPI, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), afirma que o cruzamento de informações servirá para aprofundar as investigações das denúncias relacionadas aos 18 deputados citados no relatório aprovado em sessão conjunta pelas CPIs dos Correios e do Mensalão, e que poderão sofrer processo de cassação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.

Segundo Abi-Ackel, a análise dos documentos e o cruzamento das informações, inclusive de ligações telefônicas, são medidas que podem revelar provas do envolvimento dos indiciados com o esquema de dinheiro sacado das empresas de Marcos Valério. O relator acredita que o resultado desse trabalho pode pôr fim às justificativas de alguns dos citados de que "as acusações são meras palavras que carecem de provas consistentes".