Improbidade no exercício de suas funções. Este é um dos artigos do Estatuto do PT que teriam sido desrespeitados pelo ex-tesoureiro da sigla, Delúbio Soares, acusado de ser um dos articuladores do mensalão. Os membros da Comissão de Ética do partido apresentaram ontem à direção nacional relatório, aprovado por unanimidade no grupo, que propõe a expulsão de Soares do PT. Conforme apurou a Folha Online, no parecer, que foi concluído na noite de terça-feira, também são apontadas duas outras infrações do ex-tesoureiro.

A primeira, por "infração grave às disposições legais e estatutárias", e a segunda, por "inobservância grave dos princípios programáticos, da ética, da disciplina e dos deveres partidários". O documento será levado à votação na reunião do Diretório Nacional no próximo sábado (3).

Além de ser acusado de articular o mensalão, o ex-tesoureiro admitiu publicamente ter recorrido a doações ilegais - o caixa dois - para cobrir gastos de campanha do PT em 2002 e 2004. Ele também assumiu a responsabilidade pelos empréstimos concedidos ao empresário Marcos Valério Fernandes de Souza em favor do partido. O montante, conforme Souza, chega a R$ 55 milhões.