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Geral

Começa greve na UFMS, HU restringe atendimento na quarta

Inara Silva e Malu Prado/Campo Grande News - 22 de agosto de 2005 - 11:04

Os servidores técnico-administrativos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) iniciaram greve, por tempo indeterminado, a partir de hoje como parte da mobilização nacional da categoria. A decisão, resultante de assembléia geral realizada na sexta-feira passada, é comunicada por meio de cartazes fixados nos corredores da instituição. A mobilização começou tímida, com alguns setores funcionando normalmente, mas a preocupação dos técnicos é com o atendimento no HU (Hospital Universitário) que vai ser atingido pela paralisação a partir de quarta-feira (24). Os funcionários ainda não definiram a forma de trabalho em escala, mas segundo Agnaldo Cardoso, diretor de políticas sociais do Sista (Sindicato dos Trabalhadores Técnicos Administrativos) da UFMS, deve ser respeitado o mínimo de 30% de pessoal no plantão.
A UFMS tem 2.350 funcionários no Estado e na última greve, no ano passado, eles ficaram parados por 77 dias. Neste ano, a categoria fez uma mobilização com a paralisação de um dia como parte da paralisação nacional dos servidores públicos.
A suspensão do trabalho já começou a ter reflexos na rotina dos universitários. A estudante Bruna Morales, que faz o 1º ano do curso de Psicologia, foi surpreendida porque a biblioteca está fechada. A acadêmica disse que foi logo pela manhã estudar e usar livros da universidade, mas agora vai ter que buscar outra alternativa. “Vou procurar uma mesinha do corredor para estudar”.
A salgadeira Maria Jucilene dos Santos levou a filha de dois anos para atendimento no PAM (Pronto Atendimento Médico) do HU. A menina foi submetida a uma cirurgia e tem sofrido com febre. “Ainda bem que o HU não parou hoje”, comemorou a mulher que é usuária do SUS (Sistema Único de Saúde).
Os técnicos da UFMS atendem em laboratórios, bibliotecas e servicos administrativos. A paralisação, que começa hoje, deve atingir além de Campo Grande, Corumbá, Três Lagoas, Aquidauana e Dourados. Somente no HU, são 900 técnicos administrativos. Um deles é Ademilson José Ferreira. Ele é técnico audiovisual, local onde é realizado curso de treinamento para técnicos do hospital. Ferreira acredita que vai ser difícil chamar a atenção e conseguir algo do presidente Lula em função da crise política pela qual passa o País.
A técnica-administrativa Aparecida Gonçalves é funcionaria da UFMS há 27 anos. Ela trabalha na fotocópia da biblioteca e resolveu não aderir à paralisação. A funcionária afirmou que não gosta de greve e não tem boas lembranças da mobilização do ano passado, quando os servidores foram para as ruas e foram agredidos com xingamentos pela população.
Os servidores reivindicam a liberação de recursos para implantação da segunda etapa do plano de carreiras, a racionalização dos cargos que visa a remoção do funcionário para funções de acordo com sua qualificação, vencimento básico complementar. Os trabalhadores também pedem auxílio saúde e reajuste no auxilio alimentação, que hoje é de R$ 126,00. O último aumento ocorreu em 2004.

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