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Começa corrida para uma vaga na UFMS; 43,12 por 1 em Med

Marina Miranda/Campo Grande News - 08 de dezembro de 2004 - 06:39

Informação, truques, piadas e tecnologia. Esses são alguns dos instrumentos utilizados por professores para prender a atenção de mais de duzentos pré-vestibulandos inscritos para um aulão de véspera no colégio Mace, em Campo Grande. Nem seriam necessários tantas ‘armas’ para deixar os alunos ‘vidrados’ nas dicas de última hora, afinal, o maior vestibular de Mato Grosso do Sul começa nesta quarta-feira, dia 8.
Todos esses candidatos a acadêmicos fazem parte de um grupo de 16 mil pessoas interessadas nas 2.540 vagas oferecidas pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em 63 cursos, no vestibular de Verão que começa na manhã desta quarta-feira e termina amanhã.
A UFMS abriga hoje pouco mais de 18 mil acadêmicos nos 77 cursos dos campi de Campo Grande, Três Lagoas, Corumbá, Dourados, Paranaíba, Aquidauana e Coxim. Ao total, neste vestibular, 63 cursos estão disponibilizados.
Entre eles, está o sonho da jovem de 17 anos, Ester Priscila Janzen: Medicina, o mais concorrido, com 43,12 candidatos por vaga. Ano passado ela fez o concurso como treineira e não passou. Agora, diz que vai fazer “para valer” e espera conquistar uma cadeira do curso.
“Me preparei bastante, agora é só acompanhar o aulão, depois chegar em casa, descansar e dar uma revisada”, aponta. Para ela, qualquer lida de última hora pode dar resultado. “Algumas pessoas não gostam, mas eu acho que a revisão compensa até a última hora”, acredita. Além da UFMS, Ester tentou o concurso na concorrida UnB (Universidade de Brasília).
A jovem era uma das alunas presentes na aula de véspera do colégio Mace no início da tarde de terça-feira. A revisão começou às 13h e seguiria até às 19h. Pelo menos 300 alunos eram esperados.
Os olhares atentos do grupo acompanham cada detalhe da aula. Alguns, mais extrovertidos, brincam com o professor, enquanto os mais tímidos respondem baixinho a cada questionameno, anotando os erros e acertos no caderno.
Entre os mais atentos, a dona de casa Rose Nunes, 37 anos, que presta vestibular pela segunda vez. “Tentei esse ano Direito na Uniderp, mas não passei. Na verdade, fiz só para ter uma base do que era o vestibular, agora vou fazer Ciências Sociais, que é o que eu quero mesmo, na UFMS”, revela sorridente. Rose teve de abrir mão da faculdade para cuidar de seus dois filhos, hoje com 18 e 22 anos.
“Ou você estuda antes deles, ou depois dos filhos, não tem meio termo”, conta. Agora, com os dois filhos “encaminhados”, Rose vai tentar uma vaga no curso pretendido, mas, ainda não se sente segura para a prova, por isso iria acompanhar todas as aulas de véspera e revisar o material quando chegasse em casa. E hoje? “Aí é chegar cedo, tentar ficar calma e pedir que Deus ajude”, ensina.
O apelo religioso também é uma das “armas” de Cíntia Cristina Chaves, 20 anos. “Amanhã (hoje) vou levantar e pedir a Deus que me dê calma e auxílio”, revela. Cíntia é de Cassilândia, município a 412 quilômetros de Campo Grande, e veio à Capital somente para fazer cursinho e a prova de Química.
“Eu fiz ano passado, mas acho que não estava bem preparada. Esse ano a expectativa é de 90% de chance de passar”, aposta, lembrando da pressão em casa para que curse o ensino superior.
“Somos eu e meu irmão, ele está no Exército e eu vim aqui só para isso, a pressão é grande”. Apesar da cobrança, ela está mais tranqüila, já tem a vaga garantida em Agronomia, numa universidade particular. “Mas se der quero fazer os dois”, revela animada.

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