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Com dólar a R$ 3, produtor se previne e antecipa compra de insumos

Campo Grande News - 06 de março de 2015 - 14:10

A falta de chuvas no fim do ano passado atrasou o plantio e tem produtores com até 20% da área de soja para colher. Não bastasse a preocupação com a qualidade do grão e a comercialização a bons preços, o agricultor já pensa em formas de antecipar a compra de insumos antes que o preço suba, pois o dólar já passa de R$ 3.

A moeda norte-americana fechou ontem (5) em R$ 3,0115, com alta de 1,03 %. O valor é o mais alto desde agosto de 2004, quando a moeda atingiu R$ 3,0146.

Comprar insumos o quanto antes é opção, pelo menos, para quem tem área pequena e não precisa de grandes quantidades. É o caso do agricultor José Buzanello, 51 anos, que tem 70 hectares em São Gabriel do Oeste, a 140 quilômetros de Campo Grande. Ele gasta 35 toneladas de adubo na safra e, aproximadamente, 15 toneladas com a safrinha.

“No momento é bom o preço do dólar. O problema vai ser depois, na hora de comprar insumos para a próxima safra. Com a alta do dólar, o preço do adubo fica mais caro. Então vou comprar agora já com preço do ano”, comenta.

Preços – Em contrapartida, a cotação do dólar tem ajudado na comercialização desta safra. O preço da saca de 60 quilos subiu 12%, nos últimos 37 dias, segundo o departamento de economia da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul). No fim de janeiro deste ano, a saca estava cotada em apenas R$ 49,56, mas foi subindo aos poucos e ontem (5) chegou a R$ 56. A desvalorização melhora as condições de venda para os sul-mato-grossenses, porque aumenta a competitividade, segundo a analista de economia da Famasul, Adriana Mascarenhas.

Para o Buzanelo, as notícias da economia nacional já não são parâmetro para se programar para médio e longo prazo. “A economia tem hora que está de um jeito, tem hora que já muda. Não tem como prever o que vai acontecer, então os 20% que falta eu colher, já vou vender em seguida, se o preço da saca se mantiver em torno de R$ 58”, disse o produtor, que já fechou negócio vendendo a saca entre R$ 52 e R$ 56, nas últimas semanas.

A expectativa do agricultor está agora na oferta e procura, definida pela qualidade do grão nas lavouras da região. “Se outros produtores tiverem 'quebrinha' o preço pode aumentar”, destaca José. Ele conta que tem produtor que está colhendo 62 sacas, de 60 quilos, por hectare, outros até 65 sacas, mas alguns colhem apenas 40 sacas. “Na safra passada, nessa época, colhi 75 ou atá 80 sacas”, compara o agricultor, que conseguiu vender a saca por até R$ 60 na safra passada.

Os agricultores estão de olho ainda na produtividade e qualidade das lavouras dos Estados Unidos e Argentina, países que abalam as negociações dos produtores brasileiros, quando apresentam super safra.

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