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Com derrota, brasileiros 'abandonam' torcida e psicóloga questiona patriotismo

Midiamax - 09 de julho de 2014 - 16:07

Bastou o Brasil perder para a Alemanha, na semifinal, e ser eliminado da Copa do Mundo que alguns “patriotas” começaram a deixar de lado as bandeiras, camisetas e amor à Pátria Amada, assim que o juiz deu o apito final que enterrou a seleção brasileira no massacre alemão.

Na rede social Facebook, desde o fim do jogo não faltaram postagens e comentários sobre a fatídica derrota. Entre as opiniões, a maioria dos relatos é de tristeza pela seleção e com

críticas àqueles que se mostraram brasileiros somente quando o time ganha. “O patriotismo do povo brasileiro é lindo. Hoje eu vi várias bandeiras no lixo”, postou Julliana Rodrigues. "As crianças lá da rua estavam tirando as do lixo".

Para o publicitário Leonardo Alencar, ao invés do time, o que é motivo de vergonha é a ‘onda’ de torcida que desqualifica uma seleção pela derrota. “Acho que ser brasileiro só quando ganha são os famosos ‘modinhas’, sinto vergonha é de quem tem atitudes como essa”, defende. Para Wanessa Cabral, que também postou uma série de mensagens em apoio, o que o povo brasileiro precisa é ter mais educação e respeito. "Mais respeito a bandeira independente do placar, na vitória ou derrota".

Se despedindo do clima de Copa do Mundo, no centro da cidade já foi possível ver, na manhã desta quarta-feira, comerciantes retirando bandeiras e outros adereços da seleção, enquanto que há menos de uma semana, comemoravam as vendas dos mesmos itens.

Patriota só na Copa

O fato de alguns brasileiros vestirem a camisa com mais amor somente em época de Copa do Mundo e apenas quando vence já demonstra um equívoco e não pode ser considerado patriotismo, segundo a psicóloga Beatriz Xavier, de 59 anos. “Você admira alguém só quando está bem, vencendo, depois não existe mais”, questiona.

Para ela, a perda da seleção brasileira, por mais indesejada e triste que possa ser veio em um momento oportuno para o País. “É um momento interessante para repensar, observar as características de quem fez melhor e aprender com o erro”, defende e amplia o debate além do campo de futebol. “Uma derrota, um tombo, é sempre um momento de melhorar”.

Muito mais do que falar em “auto-estima”, o ideal, para Beatriz, seria trabalhar a autocrítica. “Sou absolutamente contra essa questão de trabalhar auto-estima. O que deve acontecer é uma autocrítica, pois permite uma análise do que você errou, reforça os passos. Está na hora do brasileiro pensar nisso”.

Nova geração

A tão esperada e não alcançada ‘vitória para as crianças’, proclamada em algumas campanhas, pode ser transformada em lições positivas para os pequenos. “Ensina e mostra para as crianças que a vida é ganhar e perder, que faz parte. Jogar a Copa em casa não era garantia que o Brasil ganharia”, acrescenta.

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