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Com 159 votos a mais, Fábio Trad vence eleição na OAB

Humberto Marques e Paulo Fernandes/Campo Grande News - 17 de novembro de 2006 - 20:37

O candidato Fábio Trad (chapa “Você na OAB”) sagrou-se vencedor da disputa pela presidência da Seccional de Mato Grosso do Sul da Ordem dos Advogados do Brasil. Ele obteve 1.510 votos nas 30 subseções da entidade, apenas 159 a mais que o segundo colocado – o atual vice-presidente da Ordem, Oton Nasser (“OAB é a nossa política”), que atingiu a preferência de 1.351 advogados. Newley Amarilha (“OAB forte, advogado forte”) totalizou 1.187 votos, e Nery Azambuja (“Compromisso com o advogado”) teve 673 votos.

Fábio Trad já comemorava o resultado por volta das 18h, quando haviam sido computados cerca de 97% dos votos no Estado. Em um discurso onde pregava a conciliação entre as quatro vertentes que disputaram a presidência da Ordem, o candidato, que foi carregado nos ombros dos correligionários, também comentava sobre algumas chagas do processo eleitoral. “Esta eleição mostrou dois estilos de se fazer campanha. Um, com a construção de idéias, e outro ofendendo a honra da família”, afirmou, fazendo com que todos se lembrassem que, nas últimas semanas, o fato de ser filho do deputado federal Nelson Trad e irmão do prefeito Nelsinho Trad e do deputado estadual eleito Marcos Trad foi sugerido como justificativa para o tamanho de sua campanha.

O vencedor da disputa ocupará nos próximos três anos a direção da Ordem sem que tenha vencido nos três maiores municípios do Estado. Em Dourados, Newley Amarilha foi o primeiro colocado, com 167 votos. O terceiro colocado na contagem geral também venceu em Corumbá, com 35 votos – dois a mais que Trad. E em Campo Grande – maior colégio eleitoral da OAB e responsável por quase 50% dos votos – Oton Nasser terminou em primeiro, com 976 votos. Fábio Trad teve 908, Amarilha somou 740 e Azambuja obteve 456 votos.

Os números ainda não são considerados “oficiais”, uma vez que foram somados a partir de comunicados via telefone das regionais da Ordem no Estado. A Comissão Eleitoral espera homologar o resultado até a próxima semana – quando também devem ser julgadas as cerca de 60 liminares sobre o processo eleitoral. Também foram registrados 72 votos impugnados, distribuídos entre os candidatos – e que não influenciariam o resultado final.

A divulgação do vencedor das eleições na OAB/MS teoricamente põe fim à acirrada disputa de uma entidade que, apenas em 2005, movimentou mais de R$ 5 milhões, segundo informações do seu atual presidente, Geraldo Escobar. A briga pela chefia da Ordem no Estado seguiu sua tradição, chegando à sociedade por meio de debates televisionados, campanha nas ruas e até mesmo a adesivagem de veículos em cruzamentos. Porém, o diferencial destas eleições estava no clima plantado entre os quatro candidatos, oriundos de rachas tanto na situação como na oposição.

Fábio Trad entrou na briga com o apoio formal de Geraldo Escobar – que concorreu a conselheiro nacional na sua chapa. A candidatura do atual vice-presidente da OAB/MS, Oton Nasser, era a evidência maior de uma divisão na briga pelo poder da Ordem. Aproveitando a situação, Nery Azambuja e Newley Amarilha colocaram seus nomes à disposição, pulverizando ainda mais o “eleitorado” estimado em 7,2 mil advogados – dos quais era esperado o comparecimento de quatro mil às urnas. A existência de quatro candidaturas permitiu o surgimento de vários palanques, abrindo também espaço para palanques diferenciados, nos quais o papel da OAB na sociedade dividiu espaço com os questionamentos sobre o tamanho de algumas campanhas.

Durante boa parte do dia, centenas de cabos eleitorais e apoiadores dos candidatos compareceram à sede da OAB/MS em Campo Grande, onde estava o maior colégio eleitoral e a central de apuração. Em alguns momentos, a concentração de pessoas lembrou uma eleição parlamentar, com a presença de bandeiras e de “boca de urna” de alguns candidatos. A organização precisou separar os cabos eleitorais, como uma forma de reduzir o “assédio” a quem chegava para votar.

A eleição na OAB/MS contou com apoio do Tribunal Regional Eleitoral, que cedeu 70 urnas eletrônicas para acelerar a apuração. A votação ocorreu em 30 seções eleitorais, algumas das quais conheceram o resultado das eleições poucos minutos após o fim do período de votação. Ao vencedor, o destino de uma entidade que, além da arrecadação anual milionária e do papel representativo na sociedade, também vive com suas mazelas, como uma inadimplência que beira os 40%.

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