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CNA defende retaliação do governo

Ministério da Saúde - 03 de outubro de 2005 - 16:20

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou nota, na semana passada, reproduzindo, como frisa, a preocupação de produtores brasileiros “com a forma com que representantes do Governo estão negociando, em Washington (EUA), a adoção de possíveis compensações comerciais para evitar a retaliação contra o governo norte-americano por conta dos subsídios ao algodão já considerados ilegais pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
Diz a nota, divulgada para a imprensa, que os cotonicultores condenam a busca de uma solução negociada com os norte-americanos, como estratégia para evitar que o Brasil seja alvo de retaliações em outros segmentos do comércio bilateral. No ano passado, a OMC julgou ilegais os subsídios concedidos aos produtores norte-americanos de algodão, atendendo a ação movida pelo Brasil, que exportou, em 2004, mais de US$ 400 milhões (maior volume desde 1995). De janeiro a julho deste ano, as vendas externas foram de US$ 81,3 milhões.
O chefe do Departamento de Negociações Internacionais e de Comércio Internacional da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Antônio Donizeti Beraldo, avalia que negociar alternativas precoces para resolver o impasse com os norte-americanos desvaloriza todo o processo de defesa que o País promoveu frente à OMC. “Fazer este tipo de negociação leva à perda de credibilidade”, diz Beraldo.
Na avaliação do diretor-executivo da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), Hélio Tollini, o governo brasileiro está adotando uma decisão equivocada. “Dizer que estamos dispostos a negociar compensações é informar aos EUA, aos países africanos produtores de algodão, que tanto admiram o Brasil pela vitória na OMC, e ao mundo algodoeiro, que nada do que o Brasil fez até agora era para valer. Todo o processo de desenvolvimento da agricultura brasileira será negativamente afetado”, afirmou o dirigente da Abrapa.
A OMC determinou, em março, que os EUA teriam seis meses para retirar os subsídios internos ou evitar que tais subsídios prejudicassem o Brasil. Em julho, o Brasil conseguiu, na OMC, o direito de retaliar os EUA. Apesar da condenação, até agora o governo americano não retirou os subsídios aos produtores de algodão do seu país, que chegam, anualmente, a mais de US$ 3 bilhões.
Na nota divulgada, a CNA informa que o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, está em Washington para buscar uma solução negociada com o governo americano, antes de adotar retaliações contra aquele país.

Fazendeiro

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