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Geral

Clima e topografia beneficiam produção em Rio Verde

Adriano Gaieski/ABr - 04 de maio de 2004 - 16:01

Sem inventar a roda ou descobrir a pólvora, a população de Rio Verde, no sudoeste de Goiás, aprendeu a aproveitar a topografia, os espaços e o clima da região para tornar o município um dos principais produtores de grãos do país. A última safra somou 1,2 milhão de toneladas, o que representa até 12% de tudo o que saiu do Estado no ano passado – ou 1% da produção nacional.

Há 10 anos, as culturas locais eram baseadas no milho e na soja, basicamente voltadas para a pecuária de corte. Mas segundo o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Paulo Martins, o clima com chuvas regulares e temperaturas amenas facilita o plantio de três safras por ano: a de verão, a safrinha e a irrigada. "A soja foi a pioneira, com o incentivo do programa Pólo-Centro, do governo federal", informa o secretário.

A partir daí, os 8.338 quilômetros quadrados (833,8 mil hectares) passaram a ser ocupados de forma rotativa com culturas de soja, milho, algodão, sorgo, feijão e arroz de sequeiro. A soja é a estrela e ocupa 300 mil hectares. O sorgo fica com 70 mil; o milho, com 60 mil; trigo, girassol, algodão, arroz e feijão com mais 150 mil hectares. Sobram ainda o espaço urbano, áreas para criação de aves, suínos e um pouco de pecuária de corte, além da área de preservação ambiental.

As terras disponíveis para a agricultura já estão sendo aproveitadas com o plantio da safra irrigada, basicamente com feijão, trigo e tomate. “Usamos a técnica do plantio direto e aproveitamos as aberturas dos mercados do sul, quando eles estão em entressafra”, explica Martins.

Agronegócio

A produção faz girar uma engrenagem que envolve todos os setores do agronegócio. Amanhã (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará de duas solenidades que revelam a força da economia do município. Numa, comemorará a contratação de 5.001 funcionários da empresa agroindustrial Perdigão. E na outra, inaugurará a unidade de esmagamento de soja da Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo). A capacidade atual vai mais que triplicar, passando das atuais mil toneladas ao dia para 3,5 mil, destinadas para farelo e óleo de soja.

Além da Comigo há outras duas esmagadoras de soja no município: a Cargil, com 2,5 mil toneladas/dia e um produtor individual, com outras 500 toneladas/dia. Diretamente são gerados 1,5 mil empregos na Comigo, número aproximado na Cargil e 70 na Cereal. O resultado deste esforço são 750 mil toneladas de soja esmagadas ao ano, o que acaba fomentando a produção do grão nos municípios do entorno de Rio Verde.

Terra valorizada

A produtividade de soja no município é de 3 toneladas por hectare, mais 6 de milho – superior à média nacional. De acordo com o secretário Paulo Martins, há incentivo para a área plantada, mas sem redução do rebanho bovino, que é o segundo de Goiás, com 480 mil cabeças de gado. Deste total, 40% destinam-se à produção leiteira e o restante, para corte.

A produtividade também valoriza a terra. Qualquer pedaço é negociado com base no preço diário da saca de soja, que por sua vez é cotada em dólar. Com 18 toneladas do grão, hoje, seria possível a compra de um hectare. Este conjunto faz de Rio Verde um "Eldorado" – a renda per capita no município ultrapassa US$ 4,3 mil anuais. “O que nos atrapalha é o gargalo dos financiamentos, limitados a R$ 1 mil por hectare”, lamenta Paulo Martins.

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