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Cláusula - P-SOL e PCdoB não pretendem buscar fusões

Julio Cruz Neto e Patrícia Landim/ABr - 26 de outubro de 2006 - 06:53

Brasília - Enquanto PL, PTB, PPS e PV articulam com outros partidos fusões e incorporações para superar as limitações impostas pela cláusula de barreira, outras legendas garantem que não vão usar este recurso. É o caso do P-SOL e do PCdoB, que pretendem apenas lutar para que seus parlamentares não percam representatividade e admitem, no máximo, formar um bloco parlamentar.

“O caminho é o bloco parlamentar”, diz o deputado Chico Alencar (P-SOL/RJ), que vê possibilidade de acordo com o PCdoB e o PV, que elegeram 13 deputados cada um – com os 3 do Psol, seriam 16. Segundo ele, a idéia é deixar os parlamentares desse futuro bloco livres para votar como quiserem quando houver divergências.

O PCdoB, no entanto, avisa que essa discussão não ocorreu até o momento e que só vai cuidar do assunto depois do segundo turno da eleição presidencial. O presidente do partido, Renato Rabelo, faz uma ressalva no que se refere ao partido da senadora Heloísa Helena, especificamente.

“Para formar bloco com outro partido, tem de haver uma plataforma comum. Pelo que sei, o P-SOL tem posições que revelam contrariedade ao governo Lula, enquanto o PCdoB é aliado há muito tempo”, explica Rebelo. Segundo ele, o bloco parlamentar é uma “forma prática de contestar a cláusula de barreira”.

Tanto o PCdoB quanto o P-SOL dizem se preocupar apenas com o prejuízo para a atuação dos parlamentares, e não com a verba do fundo partidário e as inserções na televisão. “Os deputados eleitos estão preocupados com a perda de um lugar para liderança na Câmara e a série de restrições”, afirma Pedro de Oliveira, membro do comitê central do PCdoB.

Sobre o prejuízo financeiro e televisivo, Chico Alencar diz não ver problema porque o P-SOL “não prioriza isso”. O deputado alega que o partido já dispõe de pouco tempo na TV e dinheiro, mas mesmo assim conseguiu fazer uma campanha nacional. “Vamos devagarinho. Os outros tiveram dez anos para se adaptar [à cláusula de barreira], e nós, dez meses.”

Alencar diz aprovar os acordos que outros partidos estão fazendo. “Os partidos de aluguel estão se fundindo. Acho bom que muitos desapareçam mesmo”. Para ele, vão sobrar só os que atenderem aos requisitos da cláusula de barreira e “mais um ou outro, mais ideológicos”.

O PMN não pretende fazer fusão, a princípio. “Recebemos muitas propostas [não quis revelar quais], mas não temos interesse em ser sócio minoritário”, explicou a secretária nacional do partido, Telma Ribeiro. “Minha preocupação é com os [deputados] que não foram eleitos, dos eleitos eu espero lealdade. O partido tem que sobreviver, é com ele que me preocupo”.

O presidente do PTC, Daniel Tourinho, considera prematuro fazer fusão. O ideal, para ele, seria unir-se com o PSC, outro partido de ideologia cristã, mas não seria suficiente para superar a barreira. O PSC está prestes a se unir com o PV.

Os demais partidos não foram localizados para comentar o assunto.

Confira como ficaram as bancadas após as eleições do dia 1º, já considerando as movimentações ocorridas posteriormente. Se for aplicada a regra mais rígida da cláusula de barreira, apenas os sete primeiros têm condições de atuar plenamente.

Deputados eleitos por partido

1º PMDB - 89
2º PT - 83
3º PSDB - 66
4º PFL - 65
5º PP - 41
6º PSB - 27
7º PDT - 24
(os demais não superaram a barreira)
8º PL - 23
9º PTB - 22
PPS - 22
10º PV - 13
11º PCdoB - 13
12º PSC - 9
13º PTC - 3
PSOL - 3
14º PMN - 3
15º PHS - 2
16º Prona - 2
17º PAN - 1
18º PRB - 1
19º PTdoB - 1

Confira o que muda no quadro se as fusões anunciadas se confirmarem

PL + PTdoB + Prona (Partido Republicano) - 26
PPS + PHS - 24
PTB + PAN - 23
PV + PSC - 22

Continuariam sem ultrapassar a barreira

PCdoB - 13
PTC - 3
PSOL - 3
PMN - 3
PRB - 1



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